terça-feira, outubro 28, 2008

O mundo depende de nós!

Para salvar o mundo da destruição, não precisamos de muita coisa. Basta fazer pequenas atividades durante o dia e a noite rezar, para que Deus tenha compaixão de nós e se digne defendermos das adversidades da natureza. Não podemos fazer nada em relação aos poderes tempestivos da natureza, mas está em nossas mãos a mudança social e comportamental.

Selecionar o lixo, economizar água e energia elétrica, fazer exercícios físicos, plantar árvores, preservar e cuidar dos animais e muitos outros gestos podem salvar o planeta. Depende de nós tomarmos consciência da importância do meio-ambiente para as vidas presentes e futuras. Quando desejamos um bom dia ou uma boa noite. Quando agradecemos a refeição que fazemos ou uma atitude amiga de alguém, também o mundo melhora. Gosto de saber que nem tudo está perdido, que ainda resta esperança ou uma luz no fim do túnel.

Grandes são os sábios que conseguem transmitir aos pequenos, humildes e simples, as coisas necessárias que são feitas para nossa comunhão com o planeta. Vivemos numa harmonia cósmica. Os planetas e as pessoas, tudo deve ser harmônico e perfeito. Os momentos de turbulência são apaziguados quando lemos um bom livro. Amigo para todas as horas, companheiro fiel, conselheiro prático, o livro só traz alegria. Vamos ler todos para fazer o mundo melhor.

Por fim, obrigado..... seja Feliz = este é o lema de abertura do meu celular!

quinta-feira, setembro 18, 2008

Revista INTERAÇÕES - Chamada de Artigos

INTERAÇÕES – Cultura e Comunidade, revista semestral de Ciências da Religião da Faculdade Católica de Uberlândia, comunica o lançamento de seu Volume 3 Número 3 e convida toda a comunidade acadêmica, pesquisadores e estudiosos do fenômeno religioso a encaminhar artigos nessa área. O propósito da revista é ser um instrumento de debate interdisciplinar entre pesquisadores nacionais e internacionais, visando contribuir para a consolidação desse novo campo de estudos. Os trabalhos podem ser enviados em qualquer época do ano tanto pelo endereço eletrônico interacoes@catolicaonline.com quanto pela versão eletrônica da revista http://www.catolicaonline.com/icc, e, se aprovados, serão publicados nos próximos números, por ordem de chegada. O prazo de envio dos artigos a serem publicados no número 4, referente ao segundo semestre de 2008, vai até o dia 30 de novembro. Para obter maiores informações sobre a revista basta acessar a versão eletrônica da revista.

quinta-feira, agosto 07, 2008

O insulto que se faz...

Antes de ler este texto, quero muito agradecer por você estar dispensando parte do seu tempo em prol da discussão filosófica. Sei que não sou um dos melhores escritores ou aquele que fundamenta bem a Filosofia, mas tento, na medida do possível, refletir um pouco sobre os problemas que envolvem nossa realidade e convivência diária. Posso afirmar que tudo o quanto fazemos e escrevemos é espelhado na experiência pessoal, porque ainda pouco se faz para imaginar as outras vidas que acontecem simultaneamente a nossa. Nozick, ao defender sua Filosofia do "Estado Mínimo" teve o mínimo de preocupação com as pessoas que, para ele, possuem "vidas separadas". Bebendo da filosofia kantiana, Nozick nos diz que todos somos projetos de vida que não podem ser interrompidas e muito menos violadas em seus direitos.

Mas não tenho a pretensão de lhe falar, caro leitor, de Filosofia Política, Analítica ou qualquer outra. Meu propósito é pensar o insulto. Um bom tema que o filósofo Paulo Ghiraldelli Jr. com certeza tem muito a dizer, uma vez que ele sempre está lidando com pessoas confiantes que foram agredidas "webmente" por palavras ofensivas do "filósofo de São Paulo". Entretanto, são pessoas que não sabem ler nem entender o que se passa durante um debate e não são sinceras o suficiente para reconhecer a própria ignorância. Mas o filósofo Ghiraldelli Jr. já possui uma teoria sobre estas pessoas, a saber, são inimigos que se infiltram na lista para fazer bagunça e impedir o livre desenvolvimento do grupo.

Caro amigo, até agora só me manifestei sobre acontecimentos externos a temática. Procederei então a questão do insulto. Este é uma atitude, um ato da vontade que uma pessoa direciona a outra com o intuito de ofender e ridicularizar, promover uma violência com as palavras, tanto escrita como verbalmente. A pessoa que promove o insulto está numa posição defensiva, pois não tem a seu dispor meios de debater racionalmente com o outro. Então, regride a um estado infantil da personalidade que a faz proceder por instintos. O outro, aquele que recebe o insulto, por sua vez pode ficar calmo ou chocado e também responder com insultos e se reduzir ao mesmo estado psíquico que a pessoa donde partiram as primeiras insinuações.

Tudo isso não é novo. Qualquer um sabe dessas coisas e são manifestações facilmente constatáveis. Eu acredito que o novo seja o momento atual em que vivemos. Um mundo onde a personificação e o narcisismo dominam como Reis sem qualquer contestação. Se ser filósofo é "desbanalizar o banal", vamos desbanalizar o individualismo que já não é mais o mesmo.

As pessoas não querem descer da posição que acham ter, dificilmente entendem alguma coisa, pois quando encaram o objeto (um texto, um filósofo, ou qualquer coisa) estão impregnadas da lógica da dominação (o sujeito impõe ao objeto sua vontade), não existindo qualquer relação dialética que possibilite um duplo conhecimento, tanto do sujeito para com o objeto e vise-versa. Ai surge a arrogância e a prepotência que acabam virando insulto.

Vejo que o problema do insulto é um problema epistemológico porque perpassa o modo como procedemos o conhecimento, e a educação hoje (e ela precisa ser pensada) não dá conta de resolver, pois cria nas pessoas essa atitude de dominação, a lógica das ciências empíricas sobre um conhecimento mais filosófico, amadurecido e fortemente estruturado. Por fim, as pessoas burras saem por ai xingando e insultando todo mundo não porque acham que foram ofendidas mas porque não agem como deveriam agir, já que se dizem filosofas.

Em pequenas pinceladas, esse é meu ponto de vista, que está sujeito a críticas obviamente, mas que também não se esgotou. Tenho certeza que posso trabalhá-lo melhor unindo as críticas e os pontos positivos, não no intuito de se chegar a um consenso, e sim para as melhores perguntas e as possíveis respostas.

sexta-feira, julho 25, 2008

Sob a tutela do Estado

É ainda recente o modo como se discute a forma como o Estado de Direito Democrático atua sobre seus cidadãos. Visivelmente se constata que ao ter como fundamental o dever de proteger os indivíduos, o Estado acaba criando mecanismos de censura e cerceamento de liberdade, impondo inúmeras proibições por achar que estará protegendo as pessoas que estão sob sua responsabilidade.

Mas existe uma diferença entre proteger e garantir a liberdade. A meu ver o Estado não deve legislar sobre leis que ferem a escolha consciente e autónoma do indivíduo. Se o Estado se vê no direito de fazer isso, é porque pressupõe que seus protegidos não gozem de pleno esclarecimento e liberdade racional de suas escolhas. Se não sabemos escolher, ou seja, não beber ou não comprar cigarros porque causam mal a saúde e podem matar, então nos é imposto por força da lei tais proibições, na certeza, pensa o Estado, de que todos os indivíduos estarão protegidos.

Todavia, isto é um equívoco, dado o fato de que se muitos não sabem fazer a escolha certa, prejudica os que são verdadeiramente autônomos para decidir. O que o Estado precisa fazer, e não faz, é dar educação de qualidade para que os futuros cidadãos e até mesmo os que já atuam em sua liberdade, possa fazer suas escolhas com responsabilidade e conhecimento. Se não for assim, o Estado segue uma política paternalista de protecionismo, de punição que não corrige ninguém, mas, pelo contrário, favorece ainda mais os erros e desvios de conduta, uma vez que a mente humana parece se inclinar ao que é proibido.

Assim, defendo que o Estado de Direito Democrático deve cumprir seu dever de proteção e apoio, também de fiscalização, mas para aqueles que realmente precisam disso. Digo dos sujeitos que tiveram oportunidades, entretanto não a usaram ou desprezaram. Estes sim precisam de um corretivo e que seja nos limites da lei, para que outros não sejam prejudicados. Se a política de leis proibitivas continuar, então não teremos democracia e sim uma forma de depotismo com o povo, cabendo a nós lutarmos para que isso não aconteça.

sexta-feira, julho 11, 2008

Como é gostoso falar de Filosofia

Sempre quando me perguntam como é ser um filósofo eu logo respondo: é como se fosse um fabricante de picolé. As pessoas ficam assustadas quando digo isso e vagueiam tentando decifrar rapidamente a resposta que eu dei, pois ela não foi muito satisfatória, frustrando todas as expectativas de uma explicação erudita. Ai eu mais que depressa explico porque essa comparação.

Eu comparo o fazer filosófico como um fabricante de picolé porque quando você saboreia um picolé sente um gelado que ao mesmo tempo causa prazer e desconforto. Algo gelado às vezes dói e não pode ser consumido assim de uma tacada só. O picolé precisa ser vagarosamente saboreado, lambido e experimentado com calma. Existem os apresados que nada ganham com a presa e mordem até o palito. Mas deixando estes de lado, isso é que faz sucesso no doce, sua tranquilidade. Mesmo gelado, é gostoso e faz bem.

Na Filosofia é a mesma coisa. As reflexões, os problemas e os conceitos são bem frios, quase incompreensíveis para qualquer um. Mas quando você vai se deliciando aos poucos, descobrindo o sabor que cada filosofia contém, você vai gostando e já não importa o gelado e sim o prazer de ter descoberto e participado desse momento fantástico de conhecimento. Assim como existem os comilões do picolé, também há os apresadinhos da Filosofia, que vão aos meios mais fáceis e acabam descobrindo pouco do vasto e quase infinito universo do filosofar.

Agora, todo aquele que gosta de um bom sorvete procura também aprender a fazer seu próprio sorvete. Nesse sentido é que fazemos filosofia, pois colocamos nosso amor e gosto pelo novo. Fazemos uma, duas e mais de trinta vezes até chegar no ponto ideal. Ai ficamos mais satisfeitos ainda porque além de saborear um frio mas gostoso sorvete, podemos oferecê-lo a outras pessoas e despertar nelas a vontade de criar também e se deliciar com tudo isso.

Assim, a Filosofia conquista muitas amizades, faz jus ao nome de "amigo do saber". Todo mundo senta ao seu redor ansioso por mais um momento em que seu "si dar no mundo" é frio e ao mesmo tempo gostoso. Não devemos esquecer disso, de sempre promover o filosofar. Iniciativas como a de muitos filósofo brasileiros de levar adiante este saboroso doce é o resultado do ardo esforço de "sorveteiros do saber" que querem levar a todos a se deliciar do pensar autêntico e autônomo, para que mais indivíduos se tornem conscientes de suas responsabilidades e liberdades no mundo.

Vamos todos saborear Filosofia.....

terça-feira, junho 24, 2008

Minha volta gradual ao blog!

Caras leitoras e leitores do meu blog, e também você que é visitante esporádico que acabou caindo aqui através de algum mecanismo de busca ou porque estava navegando sem rumo pela rede de computadores e achou interessante a temática deste site. Todos vocês se sintam convidados e acolhidos pelo filósofo que é às vezes poeta e outras vezes sério de mais.

Depois do I Simpósio Nacional sobre Metafísica e Filosofia Contemporânea que ajudei a organizar, minhas energias praticamente sumiram e o estimulo de continuar escrevendo já não acompanha o novo ritmo de trabalho que agora estou submetido. Tenho que finalizar minha pesquisa para o mestrado. Na reta final, os textos precisam de uma atenção maior e especial. A dedicação e o esforço são indispensáveis neste momento.

Gostaria de compartilhar com vocês o quanto foi importante este primeiro evento em Metafísica para o trabalho filosófico. Sabe-se que em tempos onde a Metafísica está em descrédito, suas problemáticas voltam a ser alvo de questionamentos filosóficos. Estas dúvidas não estão longe da realidade, como alguns pensam que é o modo de se fazer Metafísica. Pelo contrário, hoje esta disciplina filosófica ocupa um lugar privilegiado, pois suas indagações ainda persistem.

Para corroborar tais afirmações, o evento contou com a participação de mais de 200 pessoas e obteve 80 inscrições em comunicação de trabalho, dentre os quais, 21 foram sobre Metafísica e Ontologia, um dos eixos temáticos do evento. Nestas comunicações, o que mais prevaleceu foi às discussões contemporâneas da Metafísica, cujos autores podemos destacar Bérgson, Sartre, Heidegger e outros. Todas as apresentações foram objetivas e claras, destacando a enorme importância de se pensar o SER e suas fundamentações.

Ao fazer um balanço geral, notou-se que há uma urgente necessidade de se promover novos debates sobre a questão Metafísica e um novo evento itinerante, com a parceria de outras instituições, dentre elas, a PUC-Minas que fez a proposta de se fazer uma nova edição do evento em Belo Horizonte. Em suma, acredito que nós, os organizadores, colhemos os bons frutos do trabalho e sabemos que os próximos eventos serão muito mais ricos e fortes no que diz respeito à participação. Assim, novos trabalhos em Filosofia virão, aguardem....

domingo, maio 11, 2008

As nossas mães


O mês de maio é dedicado as mamães de plantão. São seres fantásticos que deram a vida por nós e ainda continuam nos protegendo, mesmo quem já tem mais de 30 anos. Eu não sou a melhor pessoa para falar sobre mães, mas falo na perspectiva de um filho que ama a sua mãe, então não posso aqui descrever com detalhes o que significa ser mãe, pois só uma mãe sabe perfeitamente estas coisas e eu não. Aqui só posso escrever como amar uma mãe e ser filho de uma boa e bela mãe.


Ser filho não é difícil, ter uma mãe é coisa muito boa. Ela nos conforta e ouve nossas angústias. Diz coisas boas e nos aconselha sempre, indicando o melhor caminho. Até que o seu trabalho não é muito complicado, pois é um dom da natureza, presente no interior da mulher. Todas as mulheres, por natureza, possuem a capacidade de serem mães sem esforço. Com o instinto maternal elas nos protegem e orientam.


As mães que não podem ter filhos, são mães porque se doam a cuidar de outros filhos. Dão de amamentar, ama-os da mesma maneira como se fossem filhos vindos de seu ventre. Essas mães são mais especiais ainda, porque entendem o verdadeiro sentido da doação e do amor. No meu ponto de vista, elas é que deveriam ser mais lembradas. A mãe que adota uma criança promove um nascimento fantástico tanto para ela como para seu novo filho.


Hoje vejo que o gosto pela maternidade não acabou como alguns declaram seu fim. Uma experiência própria do ser humano não acaba de qualquer jeito. Se em determinados momentos não se evidência um crescente aumento de mamães, em outros mais do que dobra o número de mulheres que desejam ter filhos. Por isso, nunca deixaremos de ter mães, elas existirão sempre, afinal, são seres criados para nos dar a orientação necessária para vida.


Obrigado Mãe! Você é um presente de Deus para nós! Sem vocês não estaríamos aqui hoje. Sabemos da luta constante que vocês travam para nos educar. Somos conscientes do dever e da doçura como vocês cuidam de nós, e mais do que nunca, gostaríamos de lhes homenagear neste dia! Que não é dia para vangloriar o comércio de presentes a vocês, mas o dia em que você representa o mais sublime e valioso tesouro que a humanidade possue. És patrimônio número um do universo, e sempre iremos lhes proteger, assim como vocês nos protegem.

sábado, maio 03, 2008

Maio é mês de muitos eventos em Filosofia

Geralmente, não utilizo meu blog de assuntos pessoais para divulgar eventos. Já tenho um específico para difundir o trabalho filosófico no mundo, este é o filoeventos.wordpress.com - mas como estou envolvido, de uma forma ou de outra, num evento bem especial, decidi escrever algumas palavras sobre a minha participação na organização do I Simpósio Nacional sobre Metafísica e Filosofia Contemporânea e II Colóquio de Filosofia da Faculdade Católica de Uberlândia, que acontecerá nos dias 3 a 6 de junho de 2008 (ver: http://www.catolicaonline.com/filosofia).

É, sem dúvidas, para mim um momento de intensa produção e articulação na organização de um evento. A página que desenvolvi está muito boa e todos gostaram da organização que até o presente momento estamos promovendo. Ainda persiste a fase de busca de apoio financeiro para custear a vinda de muitos bons filósofos do país, que trazem coisas boas para nós em suas palestras dinâmicas e competentes.

Toda organização de evento, como o porte nacional que este possui, necessita de uma árdua preparação física e emocional. Devemos agir com cautela e ao mesmo tempo com responsabilidade para que nada de errado ou em desacordo com o projeto possa interferir na boa execução da programação. Por isso, estou sempre atento aos e-mail's que recebo de pessoas em dúvida sobre determinado momento do evento. Sempre procuro ser atencioso e prestativo, para que eles se sintam acolhidos em participar.

Quando o evento está acontecendo, fica sempre aquele momento de ansiedade, de atenção para que tudo ocorra nos conformes. Como a experiência de outros eventos, tenho certeza que este será bem desenvolvido, pois contamos com uma equipe de ponta. Profissionais de renomada qualificação que apoiam qualquer iniciativa filosófica para dar resultados sempre positivos aos alunos.

Um evento em Filosofia é de suma importância para despertar a reflexão e a atividade crítica em nosso meio. Num mundo mergulhado por intensas rotinas administrativas, cabe ao filósofo resgatar a criatividade e a fantasia necessária para o momento de cognição muitas vezes perdido no âmbito das coisas prontas. Nosso desejo maior é que todos reconquistem seu momento de auto-reflexão, de trabalho em equipe e de amadurecimento pessoal. Formar o indivíduo completo é a missão hoje da filosofia, para que o mesmo possa ser um verdadeiro sujeito participativo na formação da humanidade.

quinta-feira, abril 03, 2008

O tempo não pára

Caras leitoras e leitores do meu blog. Está cada vez mais difícil manter a periodicidade das minhas postagens uma vez que estou mergulhado no meu trabalho dissertativo. Não é fácil você se dividir em várias personalidades para atender a todos que vêm ao seu encontro solicitando ajuda. Nunca nego ajuda para ninguém, estou sempre disposto a dar minha mão amiga a quem estiver com necessidades, mas por hora não estou dando conta do serviço.


Quando você se adentra no trabalho acadêmico, ele te consome muito tempo, visto que ele te exige bastante prudência e criatividade. Tem vezes que a criatividade flui perfeitamente, outras que ela simplesmente desaparece, deixando você desorientado e indisposto. Por isso, o trabalho rende e não rende. Mas posso afirmar que é muito gratificante você ver o serviço concluído. É como se fosse um filho para você. Gosto muito do trabalho que faço, apesar de ser muitas vezes cansativo. De fato, precisamos apoiar sempre os pesquisadores em suas atividades acadêmicas, porque não é fácil pesquisar e produzir algo bom para comunidade, principalmente na minha área que é a Filosofia.


"O tempo não para" é o título da minha postagem, para dizer e esclarecer que não temos o tempo que precisamos em nossas mãos. Ele nos controla e faz o que bem intende com nossas vidas. O tempo é senhor de toda nossa marcha histórica. O tempo cura e também piora. Nunca podemos achar que temos tempo para tudo porque não temos. Sempre iremos ser cobrados por algo que não fizemos porque nos queijamos de não ter tempo. Assim, acho maravilhosa a velha história do banco dos tempos.


Todas as manhãs você acorda com um saldo de R$ 1.200,00 em sua conta, para você gastar com o que quiser. Mas você não pode acumular esse valor para o outro dia. Se por acaso você não conseguir gastar tudo isso em um dia, no outro você recomeça com o mesmo valor. Ai temos uma tarefa difícil: como gastar tudo isso em um dia? Ora, também é com o tempo que Deus nos dá todas as manhãs. Temos um saldo de 1.200 minutos para gastar e muitas vezes não o gastamos bem.


Minha reflexão para vocês, meus caros leitores, é que aproveitem o máximo de tempo que possuem com coisas boas, porque não podemos acumular horas e minutos para o outro dia, sempre teremos que recomeçar. Eu sempre recomeço e tenho a certeza de que podemos fazer muito com todo esse tempo dado de graça e que rende inúmeros benefícios. Saibamos administrar nossas horas com sabedoria. Até a próxima postagem.

quinta-feira, março 20, 2008

É difícil escrever um texto...

Somos milhões de pessoas no mundo, mas poucos se atrevem a escrever um livro, um artigo ou um texto de duas linhas. Sabemos das dificuldades inerentes à falta de escrita e leitura das pessoas e, principalmente, de alguns governantes que não vêem com bons olhos essa prática saudável. Escrever faz bem, ajuda a superar muitos problemas. Entretanto, ainda não é praticada como deveria ser. O medo, o receio e a falta de orientação prejudicam quem tem vontade, mas não têm os suportes necessários para concretização de tal sonho.

Já dizia uma velha frase célebre, de que o homem, no final da vida, teria que “plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro”. Essa frase sintetiza o projeto primordial da humanidade; o respeito à natureza, a continuidade da vida e o conhecimento. O livro, apensar de termos hoje uma tecnologia avançada e sofisticada de preservação dos dados, permanece sendo o principal instrumento de referência e pesquisa do conhecimento para o mundo. O magnata da informática, Bill Gates, atesta isso, ao afirmar que seus filhos possuem computador, mas nunca deixaram de ter livros, sempre terão livros para estudar.

Outro empecilho para o ato de escrever é a falta de criatividade. Mas a falta de criatividade está ligada ao comodismo e a rapidez dos tempos modernos. Poucos têm o privilégio de se preocuparem apenas com seu trabalho literário e não com coisas de inteira sobrevivência. Mais uma vez se volta àquela velha situação dos intelectuais gregos, onde para ser um filósofo era necessário gozar do ócio. Os grandes pensadores tinham escravos que faziam o serviço inferior, que no entanto é indispensável para sobrevivência. Hoje, as crianças que poderiam ter a oportunidade de se dedicarem mais aos estudos muitas vezes têm que trabalhar para garantir o sustento da casa. Isso não é fantasia, é realidade mesmo.

Voltando a rapidez dos tempos modernos, se eu perguntasse a alguém o que ele preferiria, escrever ou ler um livro, as respostas, ou a maior parte delas, seria que é melhor ler um livro do que escrever um, “demoraria de mais”, afirmariam alguns. De fato, ninguém quer se dar ao trabalho de desenvolver um livro de 100 páginas. Existem tantos exemplares nas livrarias, não haveria necessidade. Escrever seria para poucos que gostam da coisa. No mundo em que vivemos, posso defini-lo como o mundo da coisa pronta. Tudo que você precisa é só ir em uma estante e comprar. Esse ato, tal fácil de se realizar esconde a sedimentação da preguiça.

O que falo aqui não é coisa nova. Muitos intelectuais já escreveram sobre o consumo, sobre o mundo moderno, sobre tudo. Apenas destaco que mesmo escrevendo e alguns lendo, essas coisas não se tornam profundas. Por exemplo, o incentivo a cultura, a literatura é excelente, mas não deixa de ter um viés comercial, porque o livro se tornou produto. Quando o livro se torna produto, não vale à pena ler, pois só é para satisfazer ou ajudar alguém a se superar, algo que particularmente acho, deveria ser da própria potencialidade das pessoas.

Um escritor pobre, desconhecido, que escreve coisas legais, literatura fantástica, não tem seu trabalho reconhecido, pois as editoras se tornaram indústria e só publicam livros de pessoas famosas, que estão na mídia, afinal, venderia mais um livro de um ex-bigbroder do que de um José Silva que mora no interior de Minas Gerais, numa cidade chamada Pradolândia.

É por meio de concepções tristes como essa que fica difícil escrever algo aqui no Brasil, como no mundo todo. O interesse econômico impera soberano e forte, que conseqüentemente faz a gente consumir lixo, porcarias e coisas do gênero. Não dá para ser escritor sério aqui no Brasil enquanto persistir essa indústria do entretenimento, que reduz a literatura num objeto de deleite. É essa a minha indagação.

quarta-feira, março 05, 2008

O dia internacional da Mulher

A tese de muitos que defendem o fim do preconceito e da descriminação sexual é o respeito para com as potencialidades do próximo. O próximo é aquele que precisa de atenção especial porque não se encaixa nos “padrões” de integração da sociedade moderna. Nossa sociedade está repleta de um sentimento positivista de nivelamento, aceitação e adaptação. Muita gente cultiva o sentimento da intolerância social, onde o diferente não tem vez. A mulher é considerada por muitos como um ser sem opinião num mundo tipicamente machista.

De fato, nós vivemos uma realidade ainda alicerçada nos molde de um “patriarcalismo”, cuja figura masculina exerce pleno poder sobre as demais criaturas vivas. A mulher tem pouco a colaborar na “administração” natural do homem. Seu papel foi restringido aos cuidados com a família e com o próprio companheiro. Toda uma culta e um tabu foram se constituindo ao longo da história. Os gregos não viam a mulher como os mesmos direitos e privilégios dos homens. Cada um tinha seu papel na divisão social, estritamente definido, qualquer coisa diferente disso era errado. A própria Filosofia se tornou um meio de corroborar esse preconceito. Quantos de nós que fizemos Filosofia, ouvimos falar de mulheres filósofas no tempo grego – considerado por muitos como o início da Filosofia – e que tivessem alguma repercussão. Se existiram mulheres pensantes, não sei responder, mas que o preconceito era racionalmente explicado, isso sim fica bem claro. Quem ler Platão e Aristóteles pode perceber o que digo.

Não podemos esquecer que a base de nossa cultura é grega. Mesmo com o nascer de um novo tempo, uma nova era dominada pelo espírito científico, nossa individualidade continuava seguindo os parâmetros gregos. Quando as mulheres lutavam por igualdade, por participação na vida econômica dos homens, não é que estes a impediam de trabalhar, pelo contrário, muitos industriais até preferiam que as mulheres abarrotassem seus postos de trabalho, uma vez que os salários pagos as mulheres eram menores que os homens. O que os homens não admitiam era a mulher na esfera pública da administração. Isso era um cargo que só a eles competia. A luta feminista foi então direcionada ao direito das mulheres poderem votar e serem candidatas a cargos públicos.

Hoje, ainda temos um número muito pequeno de mulheres na vida política e também na administração de grandes corporações industriais. Prevalece em muitos os mesmos sentimentos culturais herdados dos gregos. Camuflados na forma de leis acessíveis e de mecanismos jurídicos de integração, o preconceito ainda é visível em muitos setores. A mídia apenas encobre ou mostra fatos isolados, porque ela também é dominada por um universo tipicamente masculino.

As mulheres querem seu espaço na administração, querem mostra aos homens que são capazes de exercer cargos de chefia com o mesmo potencial e a mesma responsabilidade. No entanto, perdem os bons costumes que antes eram sua marca registrada. Além disso, adquirem os maus hábitos dos homens e aprendem a ser menos carinhosas e protetoras. Claro que existem exceções, entretanto, o direito que as mulheres querem conquistar pode se tornar uma cruz e uma nova configuração de vida. Não que eu queira recuperar os velhos tabus sexuais, mas me preocupo com a responsabilidade de formação que a mulher “administra” muito bem. Há um caminho muito espinhoso nas discussões de gênero, e um deles é o papel feminino no mundo hoje, tanto com relação à família, como no mundo dos negócios.

sábado, março 01, 2008

Uma vida, muitas esperanças...

Hoje quero escrever sobre um assunto que foge do foco deste blog. Eu o criei para discutir temas atuais e assuntos filosóficos. Mas ele também é um site pessoal. Por isso, vou dedicar este post para falar sobre o aniversário. Excepcionalmente, dia 01 de Março, estou comemorando mais um ano de vida. Desde o meu nascimento até aqui foram muitas conquistas e também muitas frustrações. Todavia, percebo que é por altos e baixos que vamos construindo nossa história. É isso que tento fazer, plantar e cuidar da árvore de minha história, podando, regando e limpando terreno.

Quando trilhamos o caminho da felicidade, não podemos esquecer que ela é apenas uma promessa. Isso porque não sabemos ao certo seu significado. Muitos confundem felicidade com prazer pessoal, dinheiro, estabilidade. Entretanto, todos esses itens apenas fazem parte do imediato, e para mim, felicidade é algo conquistado a longo prazo e com muito esforço. A única forma de sentirmos a felicidade que conquistaremos no futuro é por meio de figuras singulares, meigas e fantásticas, a saber, os nossos amigos. São eles que compartilham de suas trajetórias particulares todo o amor e carinho que precisamos para viver também a nossa trajetória. Os amigos são a metade da felicidade que conseguiremos ao final da vida.

O aniversário é um momento único para refletir o que foi feito e o que será feito a partir dessa data querida. Não podemos deixar de lembrar nossos amigos neste dia de festa. Sempre lembro de todos, mesmo aqueles que não mais vejo. Se por ventura, algum deles encontrar este blog e ler este post, se sinta acolhido e amado por mim. Eu nunca o esquecerei. Os que aqui estão chegando e lendo meus pequenos textos, sintam-se em casa como meus amigos. Muito obrigado por estarem aqui.

Este é meu primeiro aniversário depois que deixei o seminário de Filosofia. Quando saí, resolvi seguir um novo caminho, trilhar uma nova estrada em meu amadurecimento pessoal. Conversei com muitas pessoas, e hoje, a decisão que tomei for muito importante. Estou enxergando um novo mundo. Não deixei de ajudar e contribuir com a Igreja, mas sei que precisamos pensar um novo futuro para ela. Agora, quero ser feliz ao lado da Luana, minha namorada.Desejo dar e receber amor, de maneira que este amor se torne uma nova esperança para o mundo em que vivemos.

Ao completar mais um ano de vida, estou com inúmeros projetos. Dentre eles, terminar o meu mestrado e lecionar. Também escrever artigos e livros, junto com um projeto de Doutorado, para que assim possa eu contribuir ainda mais na comunidade acadêmica. Penso profundamente em dirigir minhas pesquisas para Ciências da Religião, uma vez que as pessoas podem descobrir muito sobre si mesmas com a atitude religiosa. Algo sério. Tenho certeza que a comunidade é o local de encontro e fraternidade entre as pessoas. Espero poder ajudar muito neste trabalho, desenvolvendo atividades sociais para todos independentes do credo ou visão política.

Por fim, quero agradecer aos amigos, família e colegas que sempre me apóiam, rezam e ajudam no meu percurso rumo à felicidade completa. Muito obrigado a todos. Estou feliz por saber que posso contar com vocês. E você que está lendo este post, sinta-se meu amigo também. Estamos todos no mesmo barco chamado Terra e precisamos nos unir para torná-la o melhor barco de se navegar.

domingo, fevereiro 24, 2008

Reflexões de uma visão política

Nos Mínima Moralia, aforismo 52, o filósofo alemão Theodor Adorno declara: “Para cada ser humano existe um protótipo nos contos; basta apenas ir procurá-lo”. Se podemos encontrar um protótipo de homem nos contos, por que não achar um protótipo de partido político também nos contos? No Brasil, o conto que mais serviria para ilustrar certos partidos seria o conto do Pinóquio.

Pinóquio foi um boneco de madeira criado pelo marceneiro Gepeto e que ganhou vida por uma mágica da fadinha Azul. O boneco tinha um sonho, ser um menino de verdade, mas a fada o alertou que isso só seria possível se ele fosse verdadeiro e honesto com seu pai Gepeto. Assim, o velho ficou muito feliz de ter ganhado um filho. Mas Pinóquio não atendeu aos pedidos da fadinha e começou a mentir. Em conseqüência disso, seu nariz de madeira crescia toda vez que dizia algo não conivente com a verdade.

O final da história todos nós sabemos. De tanto mentir e se arrepender, o menino de madeira tomou juízo, enfrentou perigos para salvar seu pai e como recompensa por ter aprendido a lição, foi transformado em um menino de verdade pela fadinha Azul. Que pena, meus amigos, se isso fosse verdade no mundo de hoje. A realidade é mais cruel do que se possa imaginar. O Gepeto, um grandioso e revolucionário partido político, tem um sonho fabuloso; criar um político (um Pinóquio) que fosse o melhor de todos os tempos, preocupado com a miséria, com a educação, com a saúde e principalmente com a economia. Verdadeiro, honesto, integro seriam seus ingredientes exclusivos, nenhum outro seria como ele, o melhor e mais autêntico político de todos.

Esse político verdadeiro seria o boneco transformado em menino de verdade. Todavia, a mesma fadinha Azul que deu vida ao boneco, a fadinha da ideologia política, não conseguiu mudar tal político. Ele continuou só boneco. Um mentiroso, um desonesto, um corrupto. O pobre Gepeto fica desiludido e se pergunta: “onde foi que errei?” Mas o pobre boneco que surgiu de um ideal, foi se lambuzando com a lama do poder e gostou muito desse chafurdo. Só que há um pequeno detalhe. O nariz desse político sempre cresce e aparece na mídia para todo mundo ver.

O conto do Pinóquio é um protótipo de partido político que está impregnado por gente burra e mentirosa. Pessoas falsas que se dizem defensoras de um ideal, de um projeto político, mas visam apenas à diversão. Não querem saber da mais ninguém a não ser do seu próprio nariz, que vai crescendo, crescendo, até que um dia, o tamanho dele já não se pode esconder. Ai, meus caros leitores, o final não é feliz, é triste mesmo, deprimente.

Eu gostaria, assim como muitos brasileiros, que houvesse outro conto para ilustrarmos um partido político em nosso país. Um conto que tivesse um final feliz. Acho que só posso pensar a fadinha Azul não como essas ideologias baratas, mas como a Democracia mesma. É nas eleições que precisamos escolher o verdadeiro Pinóquio, o que vai se tornar menino. Não aquele que mente, mas o que é honesto. Só nós é que temos o poder de transformar o Pinóquio num menino verdadeiro. Os outros Pinóquios, a gente manda pro fogo.

quarta-feira, fevereiro 20, 2008

O vírus do Poder. Fidel deixa a presidencia de Cuba


O PODER parece ser um vírus. O vírus não tem nenhum tipo de aparência ou corpo. Ele é constituído de uma cadeia de DNA ou RNA que quando penetra em uma célula, começa a se reproduzir e a matar sua vítima aos poucos. Dai em diante, novos vírus vão surgindo. Aparentemente, essa é a única função e existência de um vírus. Sugar a vítima e se reproduzir. O Poder não deixa de ter essas mesmas características. Uma vez que se hospeda em um indivíduo, vai sugando-o e se reproduzindo, passando para um e para outro. Qual será a vacina contra o vírus do Poder?

Fui surpreendido com a notícia de que Fidel Castro renunciou ao cargo de presidente de Cuba. A notícia ocupou as mais destacadas páginas de jornais pelo mundo afora. Em pleno século XXI, a ditadura de Fidel resistiu 49 anos no poder, e mesmo com o fim da União Soviética, permaneceu intransponível aos ideais de democracia. Os títulos que destacaram o fim de uma era traziam como chamativo: "Fidel renuncia ao PODER", "Fidel deixa o PODER de Cuba". Sempre a palavra PODER recebe um destaque maior quando se trata de um governo comunista. E na democracia? Existe essa esfera do Poder? Há quem renuncie ao poder? Claro que sim. O Poder está disseminado por ai. Todo mundo corre o risco de se contaminar. É um vírus contagioso. Pode não te matar, mais vai liquidar seus opositores.

Têm gente por ai elogiando Fidel, outros o criticando. Uma coisa é certa, cada opinião se forma a partir de um ponto de vista alienado. Se Fidel seguiu os ideais socialistas, comunistas ou marxistas, e seus discursos eram prolongados e especiais, não encobre a matança de muitos homens. Adversários políticos, famílias, tudo. Uma verdadeira chacina. Mais uma conseqüência do vírus do poder. Ele destrói seus adversários. É muito complicado fugir dele, mas não é difícil domesticá-lo. Basta que tomemos injeções de Filosofia, de Crítica e também de Democracia.

Eu, como muitos outros, esperamos a democracia em Cuba. Esperamos o direito do povo se expressar, de criticar, de tirar alguém do Poder. Numa democracia, nós é que elegemos, nós é que tiramos e colocamos alguém no Poder. Faz-se algo de errado, a gente o tira. Essa certeza democrática precisa vencer. Mas, como diriam os filósofos, tem gente que confunde Democracia com Capitalismo. Um regime ditatorial pode ser capitalista também, vejam o exemplo da China. A única coisa que não pode ser é uma democracia, que preserve os direitos humanos. Assim, esperamos isso para o povo cubano.

O vírus do poder está espalhado até mesmo nas democracias. Isso porque seu combustível se chama Capital. É o dinheiro que movimenta e espalha o vírus. Temos que acabar com os focos de corrupção e ladroagem. Estes são recipientes férteis para propagação do mosquito da “Podernomia”. Os sintomas são claramente percebidos. Os indivíduos começam a usar cargos públicos em beneficio próprio. Driblam as leis e amaciam os que não estão contaminados. Os meios de comunicação prestam um grande serviço de saneamento básico, quando desmascaram os redutos de propagação do inseto. Vamos acabar com isso, vocês podem colaborar e muito.


Cuba precisa ser democratizada, sem os mosquitos da “Podernomia”. Infelizmente, alguns deles estão a 140 km da ilha e podem a qualquer momento chegar e distribuir a virose. Pelo menos, lá não tem analfabetismo, e sem dúvidas, o vírus pode ser facilmente evitado. Entretanto, sempre há um escondido, esperando para deixar sua marca. Não podemos fugir, apenas lutar para evitar o pior. Assim como o vírus não importa se o corpo no qual ele ataca esteja bom ou ruim, o vírus do Poder só funciona em corpos sadios, se eles ficam doentes, percebem que não se tornaram deuses com ele, são pessoas normais como qualquer um de nós. Em suma, o vírus perde seu encanto.

domingo, fevereiro 17, 2008

Eleições presidenciais nos Estados Unidos: Obama


Por que as pessoas no mundo todo acompanham os bastidores das eleições presidenciais nos Estados Unidos? Quais os motivos para tanta curiosidade sobre o novo e futuro presidente da maior potência econômica do mundo? Durante semanas, as prévias norte-americanas foram destaque em muitos jornais. Muito mais lidas são as reportagens sobre a disputa de Obama e Hilary Clinton como candidatos pelo partido democrata. Notoriamente, Obama vem se mostrando um adversário difícil para Hilary e conquistando muita popularidade. Entre nós há certa simpatia pelo candidato Obama, justamente pelo fato de ser um representate do sentimento de mudança cultural, que também motivou a escolha de presidentes populares na América Latina.

A maior parte das pessoas, mesmo aquelas que cresceram economicamente, possuem ainda o sentimento de liberdade e igualdade que norteia toda política liberal. Todos esperam que as injustiças do passado sejam remediadas pela competência e capacidade daqueles que foram um dia, excluídos do privilégio social. Obama representa para muitos jovens e velhos um símbolo de libertação e de reconhecimento da capacidade cultural e respeito a direfença. Por ser negro, sintetiza todo o passado de dor e sofrimento que os povos africanos sentiram com a escravidão e com o preconceito.

Na América Latina, o mesmo sentimento de superação paira sobre o círculo das comunidades que acreditam em políticos de origem humilde e simples, como um sinônimo de mudança. É a vez de dar oportunidade aos grupos cuja ideologia prega o fim do preconceito e da aristocracia fundiária e rica. A ascensão de presidentes como Lula, Evo Morales e Hugo Chaves representa esse sentimento que faz as pessoas quererem a vitória de Obama, mesmo não sendo partidários da política externa, há muitos anos, fria e imperialista nos EUA.

As pessoas, em todo mundo, vêem que um político com causas parecidas e com uma imagem menos característica de um déspota seria capaz de mudar a imagem americana frente aos últimos acontecimentos militares da política Bush. Não menos corro o risco de afirmar que os norte-americanos buscam uma nova imagem para o país. Eles sabem que o mundo, e principalmente o mulçumano, não morre de amores pelo exemplo de progresso ao longo dos anos conquistado pela república americana. Para por fim a esse papel de inimigos do mundo, a escolha de Obama seria crucial em relação aos interesses internacionais da América.

Um país influente economicamente, deseja mais que estabilidade, também quer uma imagem limpa e melhor. Os norte-americanos se preocupam muito com a aparência, e sabem como ninguém, da importância disso para o mundo. A tendência é que Obama seja um forte candidato à casa branca e, a meu ver, seria uma experiência interessante, uma visão nova da América que abalaria os mais pessimistas teóricos da ciência política. Cabe aguardar os resultados e as eleições que prometem ser muito bem apreciadas pelo mundo inteiro.

segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Sobre a difesa da vida: uma campanha


A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) lançou na quarta-feira de cinzas (06/02) mais uma edição da Campanha da Fraternidade realizada todos os anos no país com uma temática social. Dessa vez, os bispos brasileiros escolheram o tema sobre a defesa da vida. “Fraternidade e defesa da vida” é o tema da campanha cujo lema é “Escolhe, pois, a vida”, passagem extraída da Bíblia (Dt 30, 19). O objetivo principal da campanha é promover encontros reflexivos onde diversos assuntos polêmicos são tratados e discutidos entre os católicos. Um deles é o aborto.

Parece oportuno em pleno momento em que o congresso organiza um plebiscito popular sobre a legalização ou não do aborto em certos casos, como por exemplo, o estupro. Deferente de qual seja a origem, o aborto é um assunto que já tem seu veredicto tomado pela Igreja. Ele está terminantemente proibido, pois viola a vida. Esse é o foco da campanha: alertar as pessoas sobre a legalidade do direito de matar um ser humano em formação. Legalizar o aborto seria banalizar a vida.

Realmente, essa campanha tem um fundo esclarecedor, e é positiva para democratizar o debate acerca do princípio de se defender a vida. Em uma sociedade cada vez mais fechada no individualismo e na falta de fraternidade, as pessoas acham que tudo pode ser resolvido com tranqüilidade a partir da eliminação definitiva do problema. Muitos pregam a pena de morte, o massacre, o holocausto, como maneiras de saneamento do mundo. As pessoas estão impregnadas de um ponto de vista natural da auto-sobrevivência e acreditam que o “diferente” é prejudicial. No fundo, a humanidade sempre buscou formas diretas e eficazes de resolver seus problemas. Entretanto, não é universalizando a morte que podemos resolver todos os nossos problemas.

A igreja tenta pregar algo universal. Acredita que se houver uma banalização da vida, um casuísmo generalizado, no futuro já não poderemos sentir qualquer compaixão pelo próximo, uma vez que a vida dele é desprezível, não vale nada. Temos a frente o imperativo categórico kantiano, de que uma ação, por mais justa que pareça ser, não pode ser universalizada quando fere a liberdade dos indivíduos. Para Kant, as pessoas não devem ser usadas como meio para obtenção de determinado fim. Todos nós possuímos projetos pessoais de vida que necessitam ser respeitados. Se você universaliza o aborto, acaba validando sua pratica as vontades pessoais de cada indivíduo. No caso, a mulher pode simplesmente pedir o aborto para se livre de dores ou desconfortos. Ninguém pode querer uma situação dessas. Mesmo que a gestação seja fruto de um ato de violência, não é permitido que se mate um ser vivo por motivos pessoais. Outras soluções precisam ser encontradas, entretanto não se pode generalizar uma barbárie como a morte de uma criança, uma pessoa em potencial que terá também projetos de futuro.
No fundo, existe uma boa forma de analisarmos cada proposta apresentada pela Igreja. Não é intuito de a instituição induzir as pessoas a tomar uma ou outra postura sem antes colocar na mesa as cartas do jogo. É uma decisão que cabe ao indivíduo, mas este precisa de pressupostos para fazer sua escolha. Esta não é fruto do acaso, mas de uma reflexão profunda e livre de qualquer preconceito. Diferente dos políticos que fazem tudo por debaixo dos panos, iniciativas como essa são bem-vindas em uma sociedade carente de reflexão. Devemos promover do debate sem que as pessoas se sintam forjadas a tomarem decisões que não partiram de uma boa verificação conceitual. Nesse ponto, eu apoio a Igreja e estou com ela na luta pela vida.

segunda-feira, fevereiro 04, 2008

Carnaval, pão e circo


O primeiro imperador romano, Otávio Augusto, governou de 27 a.C. a 14 d.C. Entre as principais medidas tomadas em sua ditadura está à política do pão e circo. Distribuía gratuitamente trigo para os pobres e organizava espetáculos públicos de circo. Com tais iniciativas, se tornou bastante popular e teve apoio massivo da população romana. Entretanto, nunca foi um homem democrático. Limitou o poder do Senado e matou seus inimigos. Fez o império prosperar, mas com grandes sacrifícios.

O carnaval de hoje não fica longe da realidade de Otávio Augusto. Sendo o soberano do governo, patrocinou a festança do povo. Os governos atuais, principalmente no Brasil, também patrocinam a farra dos eleitores. Todos os carnavais recebem incentivos e verba de leis que classificam o carnaval como “cultura”. Sendo “cultura”, pode ser financiado com dinheiro público. Enquanto o povo brinca, pula, come a vontade, não percebe o que está por detrás dos panos.

Enquanto se preenche o “tempo livre” com pão e circo, ninguém irá preparar uma revolução para contestar os mandos e desmandos da política. E isso corresponde o sucesso dos carnavais, ano após ano. Todos discutindo a melhor fantasia, o melhor samba-enredo e escolas. Os olhares do Brasil se voltam para as avenidas e sambódromos do Rio e São Paulo. Só o carnaval de Brasília não se tem notícias.

Nem todo mundo pode ter um carnaval feliz. Alguns morrem, outros ficam feridos, outros cheios de seqüelas. A fasta que era de todos acaba se tornando festa de poucos. Abusam do álcool e da direção. Todos se transformam, mudam de face. O carnaval virou recipiente de degenerados. Quem vai pensar em política numa hora dessas?

Então, carnaval é o melhor negócio para entreter o povo. Para fazer o povo esquecer que tem um país abandonado e sem iniciativa. Muito mais rentável, pois nele tudo se paga. E a procura é grande. Se Otávio Augusto tivesse a mesma ousadia dos marqueteiros modernos, ele saberia explorar muito mais o potencial do pão e circo como acontece agora. Ele não precisaria distribuir gratuitamente à população. Bastava uma boa propaganda para encher os cofrinhos do império. Todo mundo estaria feliz e não encontraria tempo para criticar o seu governo.

terça-feira, janeiro 29, 2008

Contra um novo atentado ao Saber!

Sócrates foi levado a julgamento pela elite ateniense sob a acusação de corromper a juventude, além de difamar os deuses e pregar falsas crenças. Muitos de seus amigos ainda queriam salvá-lo. Mas como salvar um Filósofo que mostrava a ignorância e tolice dos seus próprios juízes e acusadores? A pena pela heresia cometida era chibatadas ou expulsão da cidade. Sócrates prefere a morte. Se mata porque não pode mais suportar um mundo preconceituoso e mal informado, um mundo que não o merece. Também deseja descobrir "o que é a morte?" Uma pergunta que ele deve ter se feito, pois sua natureza era o "questionar".

Hoje, muitos Sócrates andam se matando (em vários sentidos) por culpa da elite preconceituosa e mal informada que ronda nossas Universidades, Ministérios e Governos. Pessoas questionadoras, militantes, defensoras de causas nobres, que só contribuem para o engrandecimento da nação. Entretanto, não é a meta o crescimento de todos, só da elite (entendam elite como qualquer grupo, não especificamente os ricos, que querem poder). Por que o Brasil deve crescer com gente insignificante?

O questionador incomoda. É preciso que se cale, dizem os poderosos. As pessoas não conseguem se guiar sozinhas, precisam de alguém ou grupo que mostre o caminho correto para elas. Em troca desse favor, é necessário certa idolatria, certos benefícios aos que indicam esse caminho. Quem pensa assim é de uma mediocridade grotesca. Não posso compactuar com gente metida a sabichão. As pessoas precisam se guiar por si mesmas, pela Razão. Onde está a Razão? O que fizeram com a Razão? Ah! Já sei! A industrializaram.

Você quer ter uma razão só sua, pois bem, venha comprar sua razão aqui na feira, ela custa baratinho. Leve duas, pague uma. Nossa! Veja no que se transformou a Razão, em produto de luxo. A Razão não está em mim, está fora de mim, preciso colocá-la para dentro. Os Sócrates do mundo querem te ajudar a encontrar sua razão. Ela não está no mercado, está em você.

Todo os Sócrates incomodam, fazem barulho, não deixam ninguém dormir. As guerras não deixam ninguém dormir. A violência e a perda não deixam a gente dormir. Onde está seu Sócrates agora? Foi passear ou está dormindo?

quinta-feira, janeiro 24, 2008

Em defesa da "Filosofia"


"A Resolução nº 4, de 16 de agosto de 2006, do Conselho Nacional
de Educação (CNE), determina a obrigatoriedade do ensino de filosofia e
sociologia para o ensino médio. A resolução também estabelece que os sistemas de
ensino terão até agosto deste ano para fixar as medidas necessárias para a
inclusão das disciplinas no currículo". (Fonte:
Portal MEC)


A Filosofia e a Sociologia se tornaram disciplinas obrigatórias no ensino médio. Uma luta que a comunidade filosófica ganhou. Sabemos que o ensino dessas disciplinas haviam sido retirado da grade curricular no tempo da ditadura. Seu retorno se faz necessário para formação de cidadãos críticos e participativos. O que temos para oferecer como conteúdo filosófico é muito mais que história. É a oportunidade que os jovens terão para expressarem seu ponto de vista sobre assuntos como política, saúde, vida familiar e diversos outros tópicos que gravitam em torno do saber filosófico.

O medo que todos têm é se o curso de Filosofia complicará outras disciplinas. De maneira nenhuma. Inclusive, serve muito bem como complemento para instigar a curiosidade, a vontade de aprender e conhecer muitas outras coisas. Quem se integrar aos temas filosófico verá que são de natureza reflexiva. A reflexão é muito importante em outras disciplinas, como por exemplo, a Física. Muitos não conseguem aprender Física porque simplesmente não conseguem pensar o problema proposto. Ficam perdendo horas decorando fórmulas que só podem ser usadas a partir de um contexto problemático, mediante a interpretação do enunciado.

A Física, a Matemática, a Biologia e tantas outras matérias seriam bem mais fáceis de aprender quando se usa o pensamento reflexivo. A principal tarefa da Filosofia é suscitar esse pensamento. Levar os jovens a gostar de questionar, adquirir o espírito socrático e aprender descobrindo o novo. O caráter investigativo da Filosofia deve proporcionar ao jovem uma visão que ele até então nunca percebera, pois nesse mundo em que a era da tecnologia e da informática imperam sobre nossa autonomia, os jovens já não pensam, já não gastam energia com coisas que eles sabem que vão encontrar prontas na Internet.

Estou astiando a bandeira em prol da Filosofia, mas de uma Filosofia do pensar, do refletir e de questionar. Uma Filosofia que forme pessoas críticas e honestas, com opinião própria. Não podemos apoiar jamais o sucateamento dessa disciplina e o seu desprezo, assim como fazem com outras matérias de humanidade. Não podemos deixar que seja mais um item no currículo. A Filosofia precisa fazer a diferença, e com certeza vai, graças ao apoio que muitos tem dado a matéria. Juntos podemos dar uma cara nova ao conhecimento filosófico. Unindo Saber e Vivência, Prática e Compromisso, Técnica e Democratização do conhecimento.

sexta-feira, janeiro 18, 2008

Uma ou "Duas Caras"!


Parece que a lógica noveleira sempre vai ser assim. Quando uma novela estreia, seu índice de audiência é o pior possível. Quando todos os personagens se encontram e cativam o público, o sucesso aumenta. No final da série, há uma vitória incontestável de pontos no ibope televisivo. Assim, a tacada perfeita, o glamur e a reviravolta de "Duas Caras" só acontece quando o público mergulha e se identifica com os personagens, e claro, com o enredo da trama.

A novela "Duas Caras" da Rede Globo começou com o ingrediente indispensável em qualquer narrativa trágica. Uma linda e indefesa menina que é enganada por um pobre mas experto homem que rouba sua fortuna. A ele não interessava viver junto com a vítima e sim dar a volta por cima, pisar naqueles que a seu ver são responsáveis pela vida sofrida de milhões de pobres favelados. Os ricos!

Uma oportunidade que o personagem Ferraço não descartou foi explorar a ingenuidade de pessoas apaixonadas. Soube até lidar com os ciumentos de plantão como Claudius. Seu golpe foi um sucesso e resultou na etiqueta de vilão da trama. Agora, munida do sentimento de vingança, a personagem Maria Paula, que teve um filho do vilão, ardilosamente prepara um plano para destruí-lo, e claro, usara seu filho para tanto. Aos poucos, essa narrativa vai se enchendo de temperos excitantes que uma boa telenovela das oito precisa para fazer sucesso e fazer jus ao investimento empreendido.

O que me chama atenção, porém, é o fato deturpador que a novela insere na consciência dos telespectadores. Não tenho dúvidas de que todo sucesso deve vir acompanhado de uma certa barbárie mental. Manipulação e identificação significam o melhor meio de atrair o público desatento. De modo que, ao jogar com estereótipos, a novela cria um ambiente de enigma que conquista as pessoas, sem falar na forma como procura estabelecer uma identificação dos personagens com o público. As pessoas se esquecem que tudo isso é ficção e tendem a gostar do que, realmente, é uma forma de destruição inconsciênte.

O autor, brilhantemente, consegue sugerir temas típicos, banais e que passam desapercebido das pessoas no dia-a-dia para revesti-los de astúcia e preconceito. Um exemplo disso é o personagem Rudolf Stenzel interpretado pelo ator Diego Almeida. Rudolf se considera porta-voz das minorias desfavorecidas e excluídas. Se proclama um ativista contra a burguesia e o racismo. Mas confunde sua luta revolucionária com pretensões sofistas. Não se entrega a análise do ambiente e julga precipitadamente todos ao seu redor. Cria armadilhas e passa uma imagem de baderneiro, como se todos que militam por uma causa, não importa onde seja, também o são.

Ao criar tal personagem, o autor desvia a atenção do público para um lado perigoso, não condizente com a realidade. Mostra que racismo e preconceito não existem, são situações superadas no país, e que as pessoas de opinião favorável a existência ainda do preconceito são alienadas e ardilosas como Rudolf. Esse personagem vira o estereótipo da luta contra o racismo. Todos os jogos do autor manipulam a opinião publica e gera protesto.

A Globo é ciente de que suas novelas não são a melhor indicação de cultura. Na verdade, novela hoje é produto, entretenimento, não acrescenta nada para ninguém, a não ser prazer. Servem como exemplo, para serem criticadas. No meu ponto de vista, novela significa diversão e diversão não possui ligações com o conhecimento. Para dar boa aparência a seus propósitos fascistas, as novelas cria situações de conscientização, como drogas e alcool, todavia, ao lado de propaganda consumista. Em suma, não dão a menor importância ao que os outros pensam. Novelas são como Pilatos, lavam as mãos e mandam crucificar a liberdade.

segunda-feira, janeiro 14, 2008

Crítica ideológica e realidade

Se vocês lerem o post abaixo deste veram que teci críticas ao Big Brother Brasil 8 que começou. Podem me julgar ainda um atrasado em pedir auxilio a teorias críticas, ou que sou um partidário dos marxistas, neomarxistas e de igrejinhas intelectuais que se formam pelas universidades afora e depois ficam criticando tudo que é meio dizendo ser o fim da civilização. Não tenho essa pretensão de ser famoso, se é que exista gente achando isso do meu caso. Pelo contrário, sou livre, posso escrever minhas críticas como quiser e para quem quiser, mesmo que para isso eu utilize daquilo que aprendi na Universidade. Sou filósofo, minha profissão é escrever, comentar, dizer o que acho.


No Brasil, pouca gente sabe para que serve um filósofo. Diriam os doutos que a utilidade de um filósofo é dar aulas na Universidade e fazendo pesquisas. Nada mais. Para falar sobre assuntos do cotidiano nacional, basta apenas outros caras, filósofo não serve. Só serve médicos, advogados, engenheiros e pais de santo. O lugar do filósofo não é especulando a vida alheia ou falando de política, pois, na sinceridade, não ninguém entende o que eles falam. O espaço na mídia é pouco para sujeitos assim.


Li em uma entrevista na revista Discutindo Filosofia... o fato da procura pelo curso de Filosofia ter aumentado devido a seu retorno como disciplina obrigatória no ensino médio. É claro que isso não é o principal carro-chefe da procura, mas um sinal de que o curso não é um dos mais populares aqui no país. No caso, a oferta de emprego estimulou a procura maior, entretanto sempre houve quem optasse pelo curso, mesmo em menor quantidade. Mas na Universidade se ensina uma coisa e a vida real outra.


Aprendi com colegas que nos Estados Unidos filósofo tem que servir para alguma coisa. Eles devem dar sua opinião sobre qualquer coisa, pois se não o fazem, rapidinho são tidos como débeis, inúteis, burros. Como no Brasil não há o fato de que filósofos opinem em alguma coisa, quanto menos disserem sobre algo, melhor. Taí a incoerencia da nossa Universidade. Ensinar a falar menos e produzir mais artigos. Assim, os filósofo deveriam ficar enfornados na Universidade pesquisando sobre os vultos do passado, tentando encontrar algum problema interessante. Ora, só mesmo com a ajuda de algum médium.


Apesar da minha formação ainda não estar completa (no sentido que a academia deseja), me considero alguém que fala. Podem me acusar de ser preconceituoso ou coisas do genero, ou que eu entro em contradição. Continuarei indo e voltado, tentando melhorar para não causar escândalos. Só não quero servir de mau exemplo. Sou filósofo e não oportunista.

Começa a barbárie esclarecida, começa o BBB8


Tenho lido inúmeras opiniões sobre o reality show mais conhecido de todos os tempos: o BBB8. O que me choca nessas opiniões é o apoio explícito a uma modalidade de entretenimento prejudicial a qualquer consciência esclarecida. Um programa de televisão que alegoricamente retrata a situação social e intelectual do mundo hoje, inclusive de pessoas que se dizem promotoras da formação cultural.

Sem dúvidas, o programa faz sucesso em todas as camadas. Desde os mais pobres até os ricos excêntricos. É fascinante ver o comportamento de pessoas enclausuradas numa casa com câmeras em todos os ambientes. O corpo, o linguajar, as atitudes, os gestos, tudo não escapa às lentes sempre ligadas do aparelho, que transmitem aos lares brasileiros e mundiais, cenas que eles mesmos estão acostumados a presenciar no dia-a-dia. Há apenas uma diferença. Os que estão dentro da casa não se vêem a si mesmos, apenas os que estão de fora. Estes últimos são convocados a dar seu parecer na eliminação de um candidato. A maioria julga pelo comportamento que acham ser um péssimo exemplo. Mas se estes, no lugar de julgar, estivessem dentro da casa? Não fariam a mesma coisa?

O problema do BBB é o fato de representar a subjugação da razão humana. O aparelho faz o intermédio desse julgamento, logo ilustra que estamos sobre a lógica do domínio. As pessoas se identificam com o programa. Observam todos os seus desejos representados em um personagem, em um herói. Optam por aquele que mais expresse seus ínfimos sonhos, e o apóiam até o fim. A televisão e esses tipos de programa fazem essa revelação nua e crua, e as pessoas gostam de ver. Gostam de presenciar seu próprio sofrimento, sua própria decadência. É fenômeno do sadomasoquismo social.

Os programas de reality show como o Big Brother Brasil mostram que nossa sociedade não se livrou dos fantasmas da penúria, porque sempre cultivamos a esperança de que as coisas um dia podem melhorar, que um grande prêmio chegará e resolverá todos os problemas. Mas a rotina humana de domínio ainda continua. O trabalho alienado persevera em todos os âmbitos. Esses tipos de programas servem apenas para nos manter afastados de um real esclarecimento, de uma real reflexão. Ao chegar em casa depois de uma enfadonha rotina de trabalho, a única coisa que se espera é recompor as energias para o próximo dia. Além de fazer isso, os programas de entretenimento colocam ao indivíduo o fato de que ele deve se acostumar a essa situação. Não existem saídas. Ou você se coloca sob o domínio, ou se isola socialmente.

Os participantes do BBB8 são o protótipo desse isolamento. Por isso, pagam um preço muito alto: a própria autonomia e liberdade. Com programas assim, não há espaço para o diferente, muito menos para mostrar que podemos ser livres e autônimos, sem nos submetermos a qualquer forma de domínio.

quarta-feira, janeiro 09, 2008

Promessa de Felicidade

Segundo Bachelard, “para sermos felizes, precisamos pensar na felicidade do
outro”. Será mesmo?



O que é a felicidade senão o desejo de muitos. Para tudo se tem um objetivo, e o objetivo principal é ser feliz. Contudo, duvidosa é a própria palavra “felicidade” que não nos explica seu verdadeiro e real sentido. E podemos nos perguntar se somos felizes hoje ou se poderemos ser felizes algum dia. O termo em si possui muitas implicações que até o presente momento são alvo de meras especulações. Ele também é constantemente aprisionado em ideologias, servindo como pretexto a atos bárbaros. Tento fugir disso procurando mostrar uma reflexão simples para o significado que a palavra “felicidade” merece em nossas vidas.

O grande filósofo grego Aristóteles só poderia enxergar felicidade como fim último dos homens, pois a sociedade em que outrora vivia necessitara de urgentes reformas políticas, que garantissem o bem-estar de todos. Esse fim último dos homens poderia ser alcançado com o cultivo da virtude. A virtude era o único meio de se chegar à felicidade. Ela seria a justa medida entre os valores morais e os prazeres supérfluos. De Aristóteles até a modernidade, felicidade significara uma conquista universal, uma conquista para todos.

Com os filósofos existencialistas, felicidade passou a ser sinônimo de individualidade, ou seja, uma busca pessoal e não comunitária. Ela estava implicitamente ligada ao desejo de liberdade. Logo, felicidade e liberdade caminhavam juntas. O próprio filósofo francês Jean-Paul Sartre atribuía ao Outro um empecilho a minha felicidade. “O inferno são os outros”. Uma felicidade comunitária era impossível de se conquistar, apenas alcançaríamos a felicidade própria.

Assim, descordavam os filósofos entre si sobre o termo felicidade. Isso mostra o quanto é difícil darmos uma definição precisa do termo. Será a felicidade uma busca pessoal ou comunitária? Essa era a grande questão. O fato é que muitos prometem felicidade sem saber o que realmente ela representa na vida de cada um de nós. A religião é uma dessas promessas. Ela promete uma felicidade eterna que só será atingida no final da caminhada terrena. Em outras palavras, a salvação é a felicidade esperada.

Quanto à promessa que a religião faz sobre a felicidade, não me preocupo tanto, uma vez que fora substituída por outra. Minha preocupação é com a promessa de felicidade, que substituiu a da religião, que o mundo de hoje prega de maneira bem camuflada. Uma promessa efêmera que só diz respeito aos bem-sucedidos economicamente. Uma felicidade individualista que prega a fé no progresso técnico como alavanca dos dias melhores. O termo felicidade, tanto individualmente como coletivamente se misturam, não se sabe mais quem é quem. As vitrines das lojas oferecem inúmeras bugigangas com a promessa de felicidade. As campanhas políticas oferecem também a promessa de felicidade para todos. No final das contas, vivemos uma crise em todos os sentidos, e essa dita promessa feita pelas ideologias se afasta cada vez mais da realidade em que o mundo está mergulhado.

Quem se diz feliz hoje, ou é por si mesmo ou porque ainda enxerga uma ponta de esperança, uma luz no fim do túnel. Ainda duvido das respostas afirmativas sobre a felicidade. Quando tomaremos consciência de que o caminho que se vem traçando hoje não condiz com a realidade? Quando a humanidade vai rever seus projetos? Segundo Bachelard, “para sermos felizes, precisamos pensar na felicidade do outro”. Será mesmo?
Publicado no Jornal "Correio de Uberlândia", 9-1-2008, p. A2

domingo, janeiro 06, 2008

O problema da panfletagem


Quem não se incomoda, durante as eleições, com a enorme sujeira feita pelos candidatos nas ruas da cidade. São toneladas de papel jogados em vias públicas que causam transtorno e mal-estar aos cidadãos. Também, quem não se incomoda com os panfletos de propaganda que são distribuídos nos vários centros econômicos das grandes cidades. Pegar esses panfletos sem utilidade e depois jogá-los no chão é o grande problema das metrópoles hoje.

Preocupado com isso, principalmente em minha cidade Uberlândia, desenvolvi um trabalho de campo para encontrar uma resposta a tal problema. Fiz alguns questionários e sai a procura de informação. Fiquei surpreso com o fato de que as pessoas são menos conscientes da responsabilidade com a limpeza pública do que os próprios órgãos municipais. Antes, não havia lixeiras no centro da cidade, onde as pessoas pudessem se livras do lixo indesejável. Agora que foram instaladas, parece que ninguém da bola para as mesmas. Muitos continuam jogando lixo nas ruas.

O problema dos panfletos é comum em uma sociedade de consumo. Na esperança de se conseguir mais compradores, muitas lojas investem em propaganda. A lógica do capitalismo prega tal atitude de concorrência. Quem paga por isso, claro, não são as empresas, mas o meio ambiente, vitimado pelo elevado número de sujeira. Essa mesma sujeira entope boeiros e causa inundações, mata pessoas e resulta em estragos. A conta realmente é paga por nós.

Durante as entrevistas, a maioria disse que os responsáveis pela sujeira no centro da cidade, com certeza, eram os pedestres que não jogavam o lixo nas lixeiras. Os que entregam panfletos nas calçadas também possuem a mesma opinião, uma vez que são obrigados, por lei, a só entregarem seus panfletos mediante consentimento do transeunte. Além disso, deve vir especificado no papel uma nota orientando o leitor a não jogar papeis em vias públicas. Em suma, orientações existem, só não existe bom censo.

O resultado da minha pesquisa foi a necessidade de criarmos políticas de intervenção severa para com as pessoas. Multas ou apreensões. Entretanto, apoio iniciativas como campanhas de conscientização para com as pessoas, sugerindo apresentações artísticas que suscitassem no público uma melhor visão das coisas. Procuro assim garantir que a reflexão penetre e faça frutificar novos cidadãos, responsáveis pelo meio-ambiente em que vivem. Acredito que estaremos construindo uma cidade melhor quando todos participam.

sexta-feira, janeiro 04, 2008

Sobre os impostos


O cinismo do governo é grande. Não para de sugar e apertar aonde for possível para arranjar dinheiro. Conseguir dinheiro é a meta do governo em 2008 para compensar o rombo de 40 biliões de reais. Além dos cortes, aumento de impostos. Isso mesmo, meu caro leitor, aumento de impostos. São taxas e mais taxas para serem reajustadas e, com certeza, repassadas ao consumidor, como eu e você.

Até concordo em subir o imposto do lucro liquido dos bancos, mas ao mesmo tempo tinha que se proibir repassar esse aumento aos correntistas que já pagam taxas exorbitantes. Os bancos lucram muito. O foco é a competição. Quem tem o maior lucro tem o melhor prestigio. Uma corrida onde os únicos vencedores são as sociedades anônimas (BANCO S/A). Por isso que os políticos e muitos outros são corruptos, porque querem mais. A lógica do mercado é essa, ou seja, temos que ter mais, sermos escravos do lucro para conquistar não sei o que...

O medo da miséria ainda percorre as pessoas. A preocupação de que um dia não se tenha mais nada assombra os poderosos. O poder e a fortuna controlam as relações. Tudo está reduzido a interesses que nós mesmos construímos. Jesus Cristo denunciava o abuso da lei. Dizia que ela foi feita para o homem e não o homem para as leis. Também afirmava que as leis tinham que ser vivas no coração das pessoas. Hoje, os grandes servem as leis do lucro e dos juros. Passaram a obedecer algo que eles próprios criaram. Acham que tem o controle disso, mas na verdade são dominados pela própria lógica que dizem dominar.

Silêncio...

quarta-feira, janeiro 02, 2008

Lula e o otimismo prático


O presidente Lula parece, mas está, não preocupado com o fim da CPMF e a perda de 40 biliões em impostos para seus projetos sociais. Segundo sua assessoria, não haverá cortes nos programas sociais e no PAC (Programa de aceleração do crescimento). O governo fará apenas ajustes no orçamento e contenção de despesas. O discurso de Lula se volta para um otimismo prático, para a promessa de um 2008 melhor em todos os sentidos, tanto econômico como social.


Nosso amado presidente é um dos poucos que se preocupa em manter os programa sociais a todo vapor, pois essa iniciativa é a marca de sua política. Com o apoio de bolsas sociais, muitos pobres deixaram a situação de miséria para uma outra mais ou menos cômoda. O pior é que se elogia tais conquistas. O Brasil atingiu o nível de desenvolvimento que o colocou entre as nações com alto índice de IDH, mas na última posição. Assim, existe muita coisa para concertar neste país.


Para amenizar o fim da CPMF, o governo irá investir em fiscalização contra a sonegação. Vai promover um controle rígido nas movimentações financeiras de pessoas físicas e jurídicas. Pretende acabar com o desvio de dinheiro e a corrupção. Claro que tudo isso é importante, entretanto existem outras dificuldades. Se o governo não melhorar a infra-estrutura do país e cortar os gastos públicos não obterá bons resultados. Primeiro se arruma a casa, depois se faz as reformas.


Se Lula continuar com boas relações internacionais e ao mesmo tempo se preocupar mais com as reformas essenciais para o país, com certeza teremos um 2008 melhor. Mas é preciso ver essa melhora na prática e não no papel. O otimismo teórico pouco representa para a nação. Precisamos ver um otimismo prático, uma verdadeira revolução na situação de desigualdade. É essa praticidade que nosso presidente e seus auxiliares necessitam adquirir.

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