quarta-feira, março 05, 2008

O dia internacional da Mulher

A tese de muitos que defendem o fim do preconceito e da descriminação sexual é o respeito para com as potencialidades do próximo. O próximo é aquele que precisa de atenção especial porque não se encaixa nos “padrões” de integração da sociedade moderna. Nossa sociedade está repleta de um sentimento positivista de nivelamento, aceitação e adaptação. Muita gente cultiva o sentimento da intolerância social, onde o diferente não tem vez. A mulher é considerada por muitos como um ser sem opinião num mundo tipicamente machista.

De fato, nós vivemos uma realidade ainda alicerçada nos molde de um “patriarcalismo”, cuja figura masculina exerce pleno poder sobre as demais criaturas vivas. A mulher tem pouco a colaborar na “administração” natural do homem. Seu papel foi restringido aos cuidados com a família e com o próprio companheiro. Toda uma culta e um tabu foram se constituindo ao longo da história. Os gregos não viam a mulher como os mesmos direitos e privilégios dos homens. Cada um tinha seu papel na divisão social, estritamente definido, qualquer coisa diferente disso era errado. A própria Filosofia se tornou um meio de corroborar esse preconceito. Quantos de nós que fizemos Filosofia, ouvimos falar de mulheres filósofas no tempo grego – considerado por muitos como o início da Filosofia – e que tivessem alguma repercussão. Se existiram mulheres pensantes, não sei responder, mas que o preconceito era racionalmente explicado, isso sim fica bem claro. Quem ler Platão e Aristóteles pode perceber o que digo.

Não podemos esquecer que a base de nossa cultura é grega. Mesmo com o nascer de um novo tempo, uma nova era dominada pelo espírito científico, nossa individualidade continuava seguindo os parâmetros gregos. Quando as mulheres lutavam por igualdade, por participação na vida econômica dos homens, não é que estes a impediam de trabalhar, pelo contrário, muitos industriais até preferiam que as mulheres abarrotassem seus postos de trabalho, uma vez que os salários pagos as mulheres eram menores que os homens. O que os homens não admitiam era a mulher na esfera pública da administração. Isso era um cargo que só a eles competia. A luta feminista foi então direcionada ao direito das mulheres poderem votar e serem candidatas a cargos públicos.

Hoje, ainda temos um número muito pequeno de mulheres na vida política e também na administração de grandes corporações industriais. Prevalece em muitos os mesmos sentimentos culturais herdados dos gregos. Camuflados na forma de leis acessíveis e de mecanismos jurídicos de integração, o preconceito ainda é visível em muitos setores. A mídia apenas encobre ou mostra fatos isolados, porque ela também é dominada por um universo tipicamente masculino.

As mulheres querem seu espaço na administração, querem mostra aos homens que são capazes de exercer cargos de chefia com o mesmo potencial e a mesma responsabilidade. No entanto, perdem os bons costumes que antes eram sua marca registrada. Além disso, adquirem os maus hábitos dos homens e aprendem a ser menos carinhosas e protetoras. Claro que existem exceções, entretanto, o direito que as mulheres querem conquistar pode se tornar uma cruz e uma nova configuração de vida. Não que eu queira recuperar os velhos tabus sexuais, mas me preocupo com a responsabilidade de formação que a mulher “administra” muito bem. Há um caminho muito espinhoso nas discussões de gênero, e um deles é o papel feminino no mundo hoje, tanto com relação à família, como no mundo dos negócios.

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