sábado, dezembro 26, 2009

A Política de Aristóteles

A obra intitulada A Política do filósofo grego Aristóteles de Estagira apresenta suas idéias políticas, unidas a sua moral. A tese principal é mostrar que política encontra-se, de certa forma, ligada à moral e que o estado deve levar o homem a virtude e a felicidade, fins aos quais se propõe a atividade política. Suas idéias estão basicamente expressas nos livros I e IV. O primeiro trata das origens e necessidade do estado, e o quarto, dos elementos básicos para um governo virtuoso.

No livro I, o Estagirita procura ressaltar a formação da cidade e como se dá a coesão social dos elementos que a constitui. Ao contrário de Platão, ele acredita que a formação de uma comunidade não está na reunião de indivíduos, mas na união familiar. A família é a primeira forma de sociedade, compreendendo três partes: os filhos, a mulher e os escravos, além da relação desses com o chefe e dos instrumentos necessários à subsistência. Assim, o filósofo comenta qual deve ser a relação do soberano da casta com seus membros.

A mulher e os filhos são imperfeitos. Cabe ao homem, virtuoso e racional, guia-los para melhor conservação dos mesmos. No livro IV, Aristóteles irá tratar especificamente sobre a educação dos filhos, abordando as características que estes precisarão adquirir para se tornarem futuros cidadãos.

Com relação aos escravos, Aristóteles cria uma teoria bastante complexa e ligada a outros elementos de sua filosofia. Sua tese parte dos fatores econômicos para a necessidade natural da escravidão. Por isso, é preciso que haja instrumentos animados e inanimados para a garantia do trabalho que proporcionará uma estabilidade econômica para a família. É de direito natural o uso da propriedade para adquirir bens, que ele chama de fortuna, e que os homens devem usufruir desse direito.

Para o lar, além da propriedade, são necessários também os meios para a produção dos bens. O senhor, no caso, tem a propriedade das ferramentas indispensáveis ao trabalho e possui ainda um instrumento animado, que é o escravo. O escravo não é destituído de humanidade, mas surge de maneira natural, ou seja, “existem homens que nasceram para ordenar e outros para obedecer”.

A inclinação natural do escravo é para o seu senhor, que é seu fim e orientação. Dessa forma, o escravo possui virtude até o ponto de essa ser necessário para a obediência. Mesmo aceitando a escravidão por natureza, Aristóteles condena a escravidão pela violência, pela guerra, pois os motivos que geram a guerra podem ser injustos.

Logo após o estudo sobre os escravos, o Estagirita passa a definir os tópicos para aquisição de bens. Ele revela que o cidadão não pode se ater a conquista de riquezas em metais, pois é algo condicionado pelos homens e não natural. O homem precisa satisfazer apenas as necessidades que garantam conforto e ociosidade para a vida política.

A vida política só pode ser exercida pelos cidadãos. Havia também a classe militar e trabalhadora, estes últimos, apensar de serem homens livres, não lhes era aceito participar das decisões. O papel que desempenhavam era apenas o trabalho público e o comércio.

Em síntese, no livro I, o estado é formado pela reunião de famílias, pois a necessidade de bens assim exigiu, e que ela compreende a relação: pais e filhos, marido e mulher, senhor e escravo. O homem é um animal político. A atividade política deve levá-lo a virtude e a felicidade, e sua participação como cidadão faz parte do status social necessário em um governo.

No livro IV, encontram-se os elementos que irão constituir uma cidade ou nação virtuosa. Isso compreende sua posição territorial, sua defesa, o número de pessoas e as atividades sociais como os banquetes e culto aos deuses. Concomitantemente, também compreende a forma educacional dos jovens para a cidade. Aristóteles trabalha assim, de uma maneira empírica e direta.

A cidade ou nação deve, em sua forma de governo e leis, promover a felicidade de seus membros para que a virtude seja alcançada. Elementos que possibilitem sua defesa e, ao mesmo tempo, o comercio e a prosperidade, são fatores para uma cidade bem desenvolvida.

Os cidadãos devem desempenhar funções que melhorem a administração do estado e que sejam flexíveis. São elas: a jurista, a sacerdotal e a militar. Aos outros membros, como escravos e trabalhadores, irão continuar a exercer sua tarefa específica, indispensáveis para a economia.

Por último, existe a educação dos filhos, que deve ser estimulada pela ginástica e pela música, como também o conhecimento da ciência para bem exercer seu papel na sociedade. Os filhos devem evitar os prazeres que não levam a uma perfeita moralidade e também buscar, nos mais velhos, o exemplo necessário. As mulheres não devem casar-se novas e precisam amamentar seus filhos com o próprio leite, pois isso é saudável e de acordo com a natureza, destaca o filósofo. Com mais detalhes, Aristóteles procura estabelecer os elementos da educação no restante da obra.

Em suma, foram expostas, de maneira genérica, as teses principais dos dois livros da Política que, de certa forma, abordam as intenções do autor sobre a natureza do homem quanto ao social e político. O objetivo principal é responder a pergunta: por que os homens vivem ou procuram viver em sociedade?

A Política de Aristóteles procura definir as bases que o homem precisa para chegar à virtude. É um trabalho que possui ligação intima com outras obras do filósofo. O Estagerita define três formas de governo: a monarquia, a aristocracia e a democracia. Ele não elege a melhor, mas acredita numa forma de governo democrático-intelectual que leve os homens ao fim último que sua moral propõe, a virtude. Assim, nos dias de hoje, só uma política séria, que se comprometa com o bem comum, pode contribuir na formação do homem. A política não deve, segundo o filósofo, pautar suas ações nas exigências de um déspota, mas em interesses que levem ao bem comum de uma nação. É essa a tese que se defende aqui.

Referência

ARISTÓTELES. A Política. São Paulo: Escala, s/a.

segunda-feira, dezembro 07, 2009

Atuação da Filosofia no Natal

O Natal está chegando e com ele milhares de consumidores querendo comprar os presentes tradicionalmente dados aos mais chegados. Outro momento interessante do Natal é a fraternidade e a solidariedade que resolvem aparecer, fazendo com que muita gente ajude o próximo. É bonito ver que em uma data especial, todos entendam que pertencemos a uma única ideia. Somos HUMANIDADE!

O termo Humanidade é filosófico. Designa um conjunto de características que nos tornam diferentes de outros seres vivos. Muitas vezes ouvimos esta expressão "aja com humanidade". Isso significa agir com bondade natural, sem crueldade, com justiça. Além do mais, humanidade pode ser entendida como a descrição de uma meta, a construção de nossa história, ou mesmo como Comte afirmava: "uma expressão de ser coletivo".

Podemos refletir se neste natal iremos ser humanos para com o nosso próximo. Grandes acontecimentos serão decisivos para isso, como o acordo climático. Nossa terra precisa de atenção. Entre atenção e esperança fico ansioso por preparar e finalizar um presente que vou dar ao mundo filosófico.

Será lançado em breve o novo portal da Filosofia brasileira. O página filosófica.com tem o objetivo de reunir um grande material na área da Filosofia e auxiliar estudantes e amigos do saber. Pretendo reunir vários trabalhos e compatilhar várias atividades com os amigos e amantes do saber. Com certeza um esforço de várias pessoas que estão trabalhando junto comigo para ampliar o interesse pela filosofia.

sábado, novembro 14, 2009

Blogesfera Minas - Será um sucesso!

Gente! Como vocês leram na minha postagem anterior, o blog faz parte da vida de qualquer intelectual, de qualquer pessoa que queira se expressar sem censura. A liberdade do blog é imensa e conto com seu apoio para ampliarmos esta rede de relacionamento virtual. Por isso, quero divulgar com todo o carinho o evento Blogesfera Minas que irá acontecer no Colégio Nacional. Fantástico! Vocês precisam participar. É gratuita a participação! Não percam! Será divertido!

Blogsfera Minas
Dia 28 de novembro – SábadoDas 14 às 18 horas
Av. Araguari, 100 – Anfiteatro do Colégio Nacional
Inscrição: R$ 1,00 (doado para a ONG Um por todos)
http://www.blogsferaminas.com/

sexta-feira, novembro 06, 2009

Blogar faz parte de nossa história

A cada ano, com o avanço da tecnologia, temos que nos adequar aos novos meios de comunicação. Desde a criação da imprensa, até o surgimento do computador, a palavra é uma forte arma de ação e posicionamento intelectual. Entretanto, a indústria do entretenimento transformou esta força da palavra em consumo. Não podemos deixar que isso continue. Agora, com o aparecimento da Internet, surge uma nova ferramenta brilhante e democrática. É o blog.
Adorno e Horkheimer diziam na Dialética que o rádio se colocava como democrático, mas na verdade não o era. O telefone seria muito mais livre que ele. Hoje, os blogs (se Adorno tivesse vivo talvez concordaria com isso) são democráticos porque permitem a expressão. Dizer o que pensamos sem censura, não vejo outro lugar melhor.
Pensando nisso, e para aqueles que ainda não sabem usar esta ferramenta, preparei um curso especial na Faculdade Católica. É um Workshop sobre Criação de Blogs e funcionalidades do Twitter. Terá duas turmas: uma no dia 12/11 às 8h e outro no dia 13/11 às 18h.
Informações e inscrições estão sendo feitas por meio do site: http://catolicaonline.com.br/cursos
Acesse, conheça e PARTICIPE....

quarta-feira, outubro 21, 2009

Filosofia, Arroz e Feijão

Não podemos dizer que todos os problemas podem ser resolvidos de uma hora para outra. A verdade é que não existe tal solução instantânea. Sempre ficamos a mercê do que a vida tem a nos oferecer. Todo dia é uma nova aventura travada na imaginação e na realidade. Sofrimento não tem como escapar. Tristeza é fato consumado, mas alegria brilha em nossos olhos como nunca brilhou.

Arroz e feijão são o que comemos todo dia. Levantar, tomar café, ir para o trabalho, enfim, somente poucos têm uma vida diferente. Mas tudo bem. Ser diferente é ser normal também, pois quem nunca experimentou, na correria do dia-a-dia, uma extravagância qualquer. O problema, na verdade, se resume em controlar os desejos carnais. Queremos mais satisfação e prazer. Estamos rodeados de vontade. Acredito, filosoficamente falando, que a vontade move os homens.


Outra coisa que move os homens e as mulheres é o Poder. Todos nós gostamos de poder. Ter poder é bom, é fabuloso, é quase um orgasmo. Quero Poder.... Poder... Poder... E mais Poder...


Infelizmente, do Poder vem a solidão, o desespero, a incompreensão e finalmente a morte. O que é ter Poder se a morte um dia nos vencerá para sempre. Então, quem tem mais poder na historia é a morte. Ela está em cena. Nunca vai perder seu papel. Gravem bem estas palavras: “Se um dia eu gritar, se um dia eu chorar, se um dia eu amar, somente a morte vai me parar”.


Meus amigos e amigas, filosofar é a arte de pensar abertamente sem se entregar as regras e rigorismos que nada falam. Filosofar é dizer o que você está pensando agora, e agora, e agora, até o infinito. Por isso que eu amo o infinito... Arroz com feijão todo dia é muita solidão. Acrescente um bifão em sua vida. Leia Filosofia.

Eventos em Filosofia


Acredito que vocês já conheçam meu blog para eventos de filosofia no WordPress. Caso não, ai vai uma dica:



Nele você fica sabendo os acontecimentos filosóficos atuais. Recebe novidades e participa do nosso grupo do filoeventos.


Neste instante estou divulgando alguns eventos imperdíveis.


Um deles é o seminário de Epistemologia das Neuociências que vai acontecer na Faculdade Católica.


Outro evento é o II Colóquio Descartes na Universidade Federal de Uberlândia.


e muito mais.


Conto com sua presença no blog. É muito importante.

sábado, setembro 19, 2009

Lançamento do Livro do Prof. José Benedito

Outro evento especial que vocês não podem deixar de ir é o Lançamento do livro: "Educação e política em Jean Jacques Rousseau" do meu amigo e professor da UFU José Benedito de Almeida Júnior.

Será no dia 26 de Setembro de 2009, às 10 horas, na Livraria Pró-Século em Uberlândia, Rua Quintino Bocaiúva, Centro.

Não percam este lançamento, o livro é espetacular.

Mais detalhes e como adquirir: http://www.edufu.com.br

Evento de Epistemologia das Neurociências

Quero convidar todos os leitores e leitoras do meu blog para participarem do evento organizado pelo meu amigo Leonardo Almada.

Todas as informações estão publicadas no blog: http://seminarioneuropsi.blogspot.com/

Conto com a presença de todos.

Eu estarei lá com certeza.

segunda-feira, agosto 31, 2009

Uberlândia 121 anos! Parabéns

Como vocês sabem, eu moro em Uberlândia e como muitos não nasci aqui. Vim morar nesta cidade em 2003 para começar meu curso de Filosofia na Faculdade Católica. Quando me deparei com uma cidade de porte superior a todas as outras em que já morei, fiquei entusiasmado. Não sabia o que iria enfrentar. Hoje, com muito orgulho, sou grato pela hospitalidade desta cidade. Estou muito contente de morar em Uberlândia e de trabalhar para o seu progresso.

Me sinto um uberlandino de coração. Inclusive, já transferi meu título de eleitor para esta zona. Quero participar ativamente de todos os momentos decisivos de consolidação de uma cidade melhor para se viver e trabalhar. Neste dia em que ela comemora seus 121 anos, só tenho a parabenizar todos que aqui moram e lutam por sua melhoria e emancipação.

Aqui fiz amigos extraordinários. Hoje continuo me relacionando com pessoas fantásticas. E mesmo que a maioria de nós não sejamos naturais desta maravilhosa terra, aqui estamos para dar a ela nossa contribuição. Aqui é como a torre de Babel, muitas culturas, muitas raças, mas um povo unido em prol do bem de todos. O bonito é ver toda essa gente satisfeita pelo lugar em que mora.

Um abraço a todos os leitores deste blog em Uberlândia. Contem com meu apoio.

quinta-feira, agosto 27, 2009

Curso de Formatação Eletrônica de Trabalhos Acadêmicos


Olá meus amigos

Estou oferecendo um curso na Faculdade Católica de Uberlândia de Formatação Eletrônica e Editoração de Trabalhos Acadêmicos e gostaria que vocês me ajudassem a divulgar este curso com os seus contatos ou mesmo fazer o curso.
Desde já muito obrigado pelo apoio de vocês....

Venha fazer o curso de Formatação Eletrônica e Normatização de
Trabalhos Acadêmicos

Saiba usar os melhores recursos
do MS Word em seu trabalhos

Criar modelos pré-formatados para serem utilizados várias vezes.
Criação de sumários dinâmicos, onde o aplicativo altera sozinho o número das páginas e títulos.
Personalizar os comandos.
Utilizar estilos.
Aprenda a formatar seu próprio TCC, Monografia, Dissertação ou Tese no curso.
E muitos outros recursos.

Valor do Curso: R$ 50,00
Carga Horária: 40 horas
Dias: Segunda, Quarta e Sexta
Horário: 16h30 às 18h30
MATERIAL DIDÁTICO INCLUSO
CURSO 100% PRÁTICO
MINISTRADO NO LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA
1 MÊS DE CURSO APENAS

Faça sua inscrição na Secretaria de Extensão
Seg. à Sex. das 8h às 12h e das 17h às 21h
Tel.: (34) 3236-0336

sexta-feira, agosto 14, 2009

Nova Fase: Espero que gostem

Caros leitores e leitoras do meu blog.

Fico muito satisfeito em saber que existem pessoas adeptas ao filosofar. No entanto, tenho pouco tempo para me dedicar aos escritos reflexivos neste blog porque o homem precisa gerar seu sustento por intermédio da troca da força de trabalho pela quantia convencionada pela humanidade chamada dinheiro. Com este objeto posso me alimentar, vestir e viver fisiologicamente. Todavia, o dinheiro não traz a vivência humana e fraterna. Pelo contrário, às vezes pode separar pessoas.

Assim sendo, tentarei sempre deixar vocês a par dos acontecimentos. Em breve escreverei outro texto aqui.

Abraço a todos!

segunda-feira, junho 08, 2009

Sócrates e os Sofistas

Quero brindar vocês com um dos meus melhores trabalhos na época da graduação. Claro que é uma coisa despretensiosa, mas pode ajudar muito quem está começando a filosofar. De fato, faz parte do espírito deste blog, estender a mão para os que começam a labuta filosófica, assim como eu comecei um dia. Então, aqui vai o texto:

1. Sócrates e os Sofistas

Sócrates revolucionou o mundo com seu mode de pensar. Sua filosofia se diferenciou dos pré-socráticos com um jeito novo de se chegar à verdade. Esse jeito novo consiste em reconhecer primeiro a própria ignorância para partir em busca do saber. Frase celebre que conhecemos exemplifica isso: "Sei que nada sei".

Seu método parte da destruição daquilo que não é verdade. É através de perguntas que Sócrates leva muitas vezes o oponete a reconhecer sua ignorância desmontando suas certezas.

Ao entrar no templo de Apolo Delfo, se deparou com um oráculo inscrito na porta que dizia: "Conhece-te a ti mesmo". Uma voz misteriosa em seu interior, que ele chama de daímon, revelou que essa seria a sua missão. A partir daí, Sócrates se dedicou a filosofia.

Na política não se tornou muito atuante. Sempre que era convidado para presidir às assembléias de julgamento, cumpria com seu dever de cidadão ateniense, mesmo que na maioria das vezes, vota-se contra a condenação de alguns prisioneiros injustamente condenados.

Como já foi dito, Sócrates destrói o saber por meio de perguntas para reconstruí-lo na procura da definião do conhecimento. E Platão ilustra bem isso em seus diálogos. É bom lembrar também que Sócrates às vezes nunca chegava na resposta definitiva. Em busca do conceito, suas discussões acabavam levando a nenhuma conclusão definitiva.

Sócrates está à procura do logos, o sentido do ser em si mesmo. O logos filosoficamente falando é a razão que se dá de algo, ou o que hoje chamaríamos de conceito.

Os sofistas viveram em uma época áurea da cultura grega. O século de Péricles onde a democracia em Atenas desenvolveu intensa vida cultural e artística.

Sofista etimologicamente significa dizer apenas "intelecutal que sabe falar". Posteriormente adquiriu um sentido pejorativo de "alguém que usa de raciocínio capcioso, de má-fé, com intenção de enganar".

Ao longo dos anos, os sofistas sempre foram mal interpretados devido a criticas feitas por Sócrates e Platão. Entretanto, vem se resgatando desde o século XIX a importância de seu pensamento. Hegel reabilita os sofistas denominando a expressão Aufklärung grega para definir o período iniciado por eles.

Sábios e pedagogos, os sofistas contribuíram muito para o ensino. Formaram um currículo de estudos que foi resgatado no período medieval.

Talvez o que mais escadalizava seus contemporâneos seja o fato de que eles cobravam pelas aulas e por isso Sócrates os acusava de protituição. Por não serem suficientemente ricos para filosofarem descompromissadamente, faziam da aula seu oficio.

Ensinavam a arte de argumentar e persuadir, indispensável para exercer a cidadania numa democracia direta. Também davam aulas de retórica, que consistia em defender e a atacar com argumentos de igual força o mesmo assunto. Isso dava impressão de serem mau caráter, defendiam algo por interesse próprio.

Entretanto, os melhores sofistas buscavam aperfeiçoar os instrumentos da razão. Para ele não basta dizer o que se considera verdadeiro, mais é preciso demostrá-lo pelo raciocínio.

domingo, maio 17, 2009

O que a educação no Brasil está fazendo afinal de contas?

No dia 16 de maio, sábado, foi ministrar um curso de duas horas na Universidade Federal de Uberlândia, em um evento promovido pelo pessoal da Psicologia. Chegando ao local destinado, encontrei uma sala com dez pessoas. Era para ser vinte. Montei meu material, que havia preparado em PowerPoint, e bem cuidadoso esperei por alguns minutos, na esperança de que mais pessoas chegassem. Mas não veio ninguém. Então, comecei a falar sobre meu tema, uma reflexão sobre os desafios para a educação na filosofia de Theodor W. Adorno.

Para fazer uma contextualização sobre o filósofo, desenvolvi uma breve exposição sobre a vida e o trabalho de Adorno. Seus estudos iniciais, a fuga para os Estados Unidos e a redação da Dialética do Esclarecimento em parceria com Max Horkheimer. Expliquei sobre os estudos acerca do horóscopo e do ocultismo feitos por Adorno, sobre a indústria cultural e os mecanismos de dominação. Para finalizar, falei do processo de racionalização da cultura ocidental e da barbárie, medo e falta de compaixão que as pessoas desenvolveram ao logo dos anos neste progresso tecnológico.

Tudo isso para introduzir a temática educacional. Mas foi ao longo das exposições sobre educação em Adorno que eu fiquei mais estarrecido, pois descobri que a escola no Brasil não forma os indivíduos. Um bom exemplo disso foram os próprios participantes. Quando falei sobre Adorno, mostrando que os indivíduos contemporâneos perderam a capacidade de compaixão e que a técnica moderna criou mecanismos de morte e eliminação bem planejados e articulados, os alunos não entenderam isso muito bem.

Disse que a educação deve lutar contra a violência e a barbaria para que acontecimentos como Auschwitz não se repetissem mais. Uma das participantes levantou a mão e pergunta quem foi Auschwitz. Meu Deus! Ela nem sabia o que era isso. Mostrei até uma foto do campo de concentração nazista e os prisioneiros empilhados, mesmo assim a ficha da moça não tina caído. E não foi só isso. Ao final, perguntado sobre como a escola poderia educação contra a barbárie, outra pessoa levantou a mão e perguntou: “professor, o que é barbárie?”. Então, fiquei a meditar: um estudante universitário não saber o que é barbárie, só pode ser porque a barbárie ainda persiste em nossa sociedade e está camuflada, escondida sobre outros contextos.

Muitas coisas eu disse sobre a escola, o papel do professor e a luta contra a violência e o terror, o preconceito e a indiferença. Não sei se plantei alguma semente de esclarecimento naquelas participantes, mas espero que pelo menos nossa educação escolha outra forma de trabalhar a formação entre os alunos. Do jeito que está não dá.

quinta-feira, maio 14, 2009

Educação da violência

A televisão se tornou o meio de comunicação mais poderoso do mundo. Todas as pessoas, de alguma maneira, são influenciadas pelos programas ou telejornais. As notícias, as séries e filmes produzem uma sensação de realidade no indivíduo que este fica impotente perante o hipnotismo deste mecanismo. É certo que um instrumento cheio de potencialidades possa ser usado para o bem, mas também pode ser usado para o mau. Educação e televisão são parceiros e inimigos ao mesmo tempo.

Talvez a grande questão deste século seja: como educar para transformar? A transformação que queremos nada mais é do que o homem mudar seus hábitos. Um número quase irrisório da população, mas que se torna expressivo diante da globalização, deseja ardentemente que o homem reconcilie com a natureza. Não destrua as fontes de sobrevivência do próprio homem e de seus semelhantes. Só por meio da Educação podemos conseguir isto, pois, outro remédio não há.

A Educação, segundo pesquisa realizada pelo IBGE não é prioridade entre os brasileiros. Os motivos são vários, mas posso citar o fato de ser ela uma coisa secundária ou mesmo privilégio de poucos. Mas se não temos boa educação, não temos emprego, saúde de qualidade e governadores honestos e trabalhadores. Quando não temos um povo educado, tanto moralmente, culturalmente e/ou intelectualmente, nossa sociedade viverá no caos constante.

Os produtos industrializados, a sujeira e muitas outras formas de agressão ao homem e seu meio ambiente serão utilizados em larga escala por pessoas sem formação ou esclarecimento. Toda a formação humana faz a diferença, uma vez que convida ao diálogo e ao pensamento. Raciocinar é bom, mas a televisão hoje, acaba fazendo este serviço por nós. Em vez de ser meio, os instrumentos de comunicação se tornam o fim e são endeusados através de nossas ilusões.

Melhorar significa investir mais em pesquisa, ensino. Não há como adquirir progresso sem este item prioritário. Por isso, quero manifestar minha repulsa a todas as formas de destruição da educação brasileira e defendo aqui uma maior abertura e valorização dos profissionais da educação. Que eles possam sentir prazer no que fazem e serem reconhecidos pelo esforço de seu trabalho. Agradeça sempre ao seu professor no final da aula, pois se você não pode salvar o mundo, pelo mesmo sua parte é possível ser feita.

domingo, maio 10, 2009

Vírus e Crise Global

Caras leituras e leitores do meu blog

Já faz um bom tempo que não escrevo. Minha vida está abarrotada de afazeres e não encontro tempo para me dedicar as reflexões que faço aqui neste espaço virtual. Quero dizer que não vou abandoná-los, mas tentarei, na medida do possível, escrever sobre algum tema polêmico da contemporaneidade. Assim, como um bom filósofo que sou, ao lado de uma deliciosa taça de vinho, irei conversar com vocês sobre a crise econômica mundial.

Todos nós sabemos o que motivou esta crise. Não convém eu gastar linhas de texto explicando novamente o que todos conhecem graças aos poderosos meios de comunicação. Podemos acompanhar bem de perto todo o movimento que surge durante as oscilações das moedas e a valorização ou perda das ações no mercado de investimentos. O interessante é que neste dias as coisas andam calmas, inclusive o dólar, que fichou a semana cotado a R$ 2,07. Tudo isso me impressiona, mas não sou economista, apenas filósofo.

Li recentemente, em uma edição antiga da Veja, os valores em bilhões e trilhões de dólares gastos para salvar a economia mundial ao logo de outras crises. Muito dinheiro para socorrer bancos. Chego a achar graça isso, para não dizer triste, porque enquanto pessoas morrem de fome e países pobres passam por dificuldades, banqueiros e governantes traçam metas e atitudes emergenciais rápidas para ajudar quem sempre roubou dos pobres para dar aos ricos.

O capitalismo de monopólio e o egoísmo explícito em nossa sociedade é o verdadeiro vírus H1N1. Eles dizimam mais pessoas de fome do que esta nova pandemia mundial. Acredito que os verdadeiros doentes são os controladores do capital. Estes sim deveriam estar sobre quarentena, em observação.

Há um agravante sério nesta situação. Se para o vírus, ainda tentam encontrar uma vacina, para o problema da crise, existe a injeção de dinheiro, muito dinheiro. É preciso uma seringa enorme para salvar as vítimas da morte, ou seja, os bancos, montadoras de veículo, etc. O problema é que a vacina é fabricada com o dinheiro público. É retirado da educação, saúde e saneamento básico.

No meu ponto de vista, não tínhamos que salvar esses corruptos. Pra que? É melhor voltarmos a guardar nosso dinheiro debaixo do colchão. Essa crise financeira só me faz lembrar de que nós não aprendemos com os erros. A vaidade e a luxuria cegam o coração. Erramos porque sempre acreditamos que alguém irá nos socorrer. Fazemos bobagem e depositamos nossa fé em algo desconhecido. Logo, a vida muda e tudo passa. Se o homem não conhece, ele não tem valor. Não é homem porque nega sua natureza e sua essência.

terça-feira, abril 14, 2009

Vivemos em dois mundos

Sempre temos a sensação de estar vivendo em dois mundos. Um real e concreto que é percebido quando sentimos dor, perda ou tragédias naturais, e outro bem distante, presente bem no fundo do nosso pensamento e que é perceptível na alegria, na conquista, no esforço ou vitória. Isso é muito interessante porque justifica o fato de existir céu e inferno. De que o mundo onde moramos é apenas uma passagem para um outro lugar melhor e mais completo.

Por que nós sonhamos? Por que uma pessoa, quando imagina ter ganhado na loteria, fica a imaginar o quanto de coisas que ela pode fazer com a quantia milionária? Então, nos sentimos bem e felizes, mas depois surge aquele estralo da vida real e percebemos que não somos ricos e que vivemos num mundo onde cada centavo deve ser conquistado com suor e esforço físico.

Mas sempre achamos que as amarguras da vida é algum castigo dado por Deus. Outros arriscam dizer que se na terra você faz o mal, paga aqui mesmo o mal. O certo é que só quando sofremos é que percebemos o valor da vida e de como somos egoístas. Muitas pessoas despertaram de seu sono poderoso, uma vez que se achavam ricas e donas de tudo, quando um desastre natural atingiu o lugar onde moravam. Neste sentido as coisas foram diferentes.

Eu admiro os pobres verdadeiros, que sabem o momento crítico em que as coisas acontecem, mas por sua própria experiência, entende que aquilo é apenas uma passagem, um momento transitório que logo passa. Eles ressuscitam e nós também quando acreditamos, quando temos fé. Isso falta em muita gente. A fé! Só ela dá essa certeza de vivermos em dois mundos e um dia iremos viver no melhor de todos os mundos. Pense nisso você também!

domingo, março 29, 2009

Os desafios da vida

Para muitas pessoas, vencer os desafios da vida representa uma conquista brilhante e ao mesmo tempo cheia de esforço e dedicação. As etapas a serem superadas são variadas, mas os pontos cruciais desta empreitada originam-se da necessidade de se fazer escolhas, na ousadia de confiar em alguém e ser humilde em aceitar as diversidades e acontecimentos da vida, sejam estes bons ou ruins.


Todos nós sabemos que escolher não é fácil. E somos a todo instante convidados a opinar sobre determinando assunto ou objeto. Já dizia o filósofo que estamos condenados a fazer escolhas e que ao fazê-las, o outro se torna nosso inimigo, porque nunca satisfazemos à vontade alheias. Mas, isso não significa que escolher seja ruim. Pelo contrário, estamos em processo de compreensão e amadurecimento de nossa razão. Na verdade, é a partir do intermédio da razão em nosso agir que as escolhas acontecem. Ao experimentar as coisas, sentimos necessidade de opinar sobre. O poder dos sentidos não deve ser superior ao nosso intelecto, que tem a primazia de decidir sobre nossa vontade sensível.


Contudo, mais difícil do que escolher é contar com alguém. Confiar no outro não é tarefa fácil. Desde milênios, o homem vem tentando, sem sucesso, uma reconciliação consigo mesmo. Isso é difícil numa sociedade extremamente egoísta e objetificada. A tendência geral é identificar no outro um objeto, um utensílio. A confiança não é construída e sim fabricada arbitrariamente. O sujeito quando não é mais útil perde seu valor e é desprezado. Em proporções maiores, a desconfiança gera a guerra. É melhor atacar do que esperar que o outro ataque para eu revidar. No fundo, o que acontece hoje com as grandes nações, inclusive com o Irã e a Coréia, é a tentativa de atacar ou se proteger contra as ameaça vindas de países distantes. Em suma, ninguém está satisfeito com ninguém.


Acredito que se superarmos esta etapa da desconfiança, pode-se progredir rumo à aceitação dos fatos históricos e naturais do percurso terrestre. O homem em particular tem muita dificuldade em aceitar os fatos da vida. De maneira geral, falta ainda acreditar que se as coisas estão ruins agora, pode ser que no futuro elas melhorem. Nem tudo está perdido. A esperança é a última que morre. Eu aceito com carinho, as limitações, a falta de dinheiro, o custo alto de se manter em um determinado patamar. Não tem como mudar da noite para o dia, apenas com um estralar de dedos. Aceitar os erros e as diversidades da vida é aprender com eles e se tornar um cidadão melhor a cada dia.


Esta pequena reflexão que faço, às vezes pode estar fora de conexão com a realidade individual. Você que teve paciência para ler este texto é vitorioso, porque hoje as pessoas não conseguem encontrar mais tempo para a meditação ou interiorização profunda. Quando o ser humano se descobre a si mesmo, quando ele se volta para o fundo do seu coração, ele consegue construir um mundo melhor. Destruímos as coisas por não saber valoriza-las como deveríamos. O simples fato de você estar à procura de novos paradigmas e novos conceitos ajudam a entender este mundo caótico em que vivemos. Parabéns meu amigo e continue assim.

sábado, fevereiro 28, 2009

Defesa de dissertação

Finalmente, é chegado o grande dia em que defenderei publicamente minha dissertação de mestrado. Acredito que seja uma emoção muito grande, pois me preparei dois anos para isso e claro, espero poder responder as expectativas que foram depositadas em minha pessoa. Mesmo sabendo das dificuldades em se defender algo hoje em dia, tenho confiança de que tudo ocorrerá com maior tranquilidade possível.

Meu trabalho aborda o conceito de progresso no pensamento do filósofo alemão Theodor W. Adorno (1903-1969). Nascido no mesmo século que eu, este pensador, membro da chamada Escola de Frankfurt e intelectual da Teoria Crítica, me chamou muito a atenção pela crítica que fez ao processo de desenvolvimento da sociedade moderna. Tomando filósofos modernos e contemporâneos, Adorno traça uma crítica que denuncia o empobrecimento das consciências e o avanço da barbárie na sociedade. O principal diagnóstico dessa crise seria a utilização da arte como entretenimento e não como fruição estética ou dinâmica cognitiva.

Defendo a tese de que Adorno não teria abandonado a noção de progresso pelo seu envolvimento com a barbárie. Mesmo admitindo na sua mais famosa obra Dialética do Esclarecimento, escrita conjuntamente com Max Horkheimer, que o progresso leva consigo a barbárie, na década de 1960, ele retoma a temática do progresso para esclarecer alguns equívocos, dentre os quais o fato de que a noção de progresso deve ser considerada não na perspectiva de um processo linear e teleológico, mas como fator crítico e dialético.

Para exemplificar isso, no terceiro capítulo do meu trabalho, utilizo como referência os estudos sobre música feitos pelo filósofo alemão. Em Adorno, a música recebe um status privilegiado. Ele foi compositor e estudou com o tradicional grupo de músicos da Segundo Escola de Viena, cujo grande representante é Arnold Schoenberg. A música atonal praticada pela Escola de Viena representa um progresso na música porque rompe com a perspectiva de sistema e padronização que até então vigorava na música tradicional. Existe um forte caráter de protesto nas composições atonais, uma vez que elas revelam as contradições e antagonismos reinantes na sociedade. A situação da música contemporânea é o ponto chave para Adorno fazer sua crítica ao progresso na sociedade dominada pelas relações econômicas.

Caros leitores e leitoras do meu blog, este é um pouco da minha pesquisa. Quando fizer as revisões sugeridas pela banca, então farei a disponibilização do meu trabalho. Assim, quem quiser se aprofundar mais, é só ler meu texto. Desde já agradeço aqueles que acompanham meu esforço em fazer com que a filosofia seja reconhecida e praticada nacionalmente. Essa força é necessária pelo amor a sabedoria!

Publiquei recentimente dois artigos sobre Adorno. Quem se interessar é só acessar as revistas:
Controvérsia: http://www.controversia.unisinos.br
Revista Urutágua: http://www.urutagua.uem.br

domingo, fevereiro 01, 2009

Eu quero é de graça!

Quando a gente vai a um supermercado, sempre aparece um vendedor querendo que experimentemos algum produto grátis, apenas para fazer aquele velho sermão da qualidade e do diferencial do produto. Percebi que o "de graça" não é assim tão de graça como parece ser. As pessoas pagam sim, nem que este pagamento seja na forma de perda de tempo escutando as vantagens sem fins de um produto ou alimento qualquer.



Estamos cheios de anúncios dizendo que ao comprar isso você ganha aquilo, ou ao participar desta promoção você leva para casa este utensílio doméstico gratuitamente. Ai nós nos sentimos cheios de vantagem, acreditamos que somos especiais ou importantes e que fomos merecedores dos prêmios que recebemos. Em outros casos, até nos achamos mais espertos que os vendedores, chegando ao ponto de passar a perna em alguém.



Se algum de meus leitores e leitoras já estiver pensando assim, é melhor ler o que Adorno escreveu em seu aforismo III em Mensagens numa garrafa:

A liberdade como eles a entendem - As pessoas manipulam a tal ponto o conceito
de liberdade, que ele acabou por se reduzir ao direito dos mais fortes e mais
ricos de tirarem dos mais fracos e mais pobres o que estes ainda têm. As
tentativas de modificar isso são encaradas como intromissões lamentáveis no
campo do próprio individualismo, que, pela lógica dessa liberdade, dissolveu-se
num vazio administrado. Mas o espírito objetivo da linguagem não se deixa
enganar. O alemão e o inglês reservam a palavra "livre" para os bens e serviços
que não custam nada. À parte a crítica da economia política, isso testemunha a
falta de liberdade que a relação de troca, ela mesma, pressupõe; não há
liberdade enquanto tudo tem um preço e, na sociedade reificada, as coisas
isentas do mecanismo de preço só existem com rudimentos lastimáveis. Ante uma
inspeção mais rigorosa, costuma-se constatar que também elas têm seu preço e
constituem migalhas dadas juntamente com as mercadorias, ou, pelo menos, com a
dominação: os parques tornam as prisões mais suportáveis para quem não está
dentro delas. Entretanto, para as pessoas de temperamento livre, espontâneo,
sereno e imperturbável, que da falta de liberdade extraem a liberdade como um
privilégio, a linguagem reserva, prontinho, um nome apropriado: desaforo.

Observem que Adorno quis mostrar não uma coisa facilmente constatável para os mais espertos, a saber, tudo que é de graça tem um preço, mas, na verdade, o filósofo alerta para um dado preocupante: a falta de liberdade. Sabemos que a liberdade é uma conquista revolucionária. Para garantir a liberdade é preciso lutar todos os dias para que ela seja respeitada. A todo momento, somos bombardeados com propaganda que nos incita a viver escravos do consumo. Neste sentido, a geladeira que eu levo para casa porque ganhei da loja um sofá só corrobora o fato de que eu acredito estar levando vantagem em tudo, quando na verdade, sou apenas um joguete nas mãos do capital.

As reflexões de Adorno são um convite para pensar nossa atitude diante do mundo. O que queremos ser daqui para frente? Seres emancipados ou escravos da nossa própria cegueira? Leiam com atenção, novamente o aforismo acima e deixem seus comentários sobre o que lhes causou mais impacto. Vamos discutir a temática do filósofo de Frankfurt.

domingo, janeiro 25, 2009

Os seios fascinam os homens!

Por que será que os seios fascinam e encantam os homens? Que tipo de mistério paira sobre esta parte do corpo feminino? Será que têm haver com nossa infância, quando sentíamos prazer ao nos alimentar com o leite de nossa mãe? Ou será porque somos fascinados pelo mistério de uma parte do corpo que fica coberta por um assessório íntimo chamado sutiã?


A tara dos amantes é acariciar, beijar e satisfazer o desejo de tocar e sentir algo macio, delicado e bom. Os seios atraem desde as remotas passagens bíblicas, quando no livro do Cântico dos Cânticos, o amante não cansa de elogiar os lindos seios de sua amada. É lá onde nos encontramos para chorar e dizer o quanto amamos as pessoas. Diga-se de passagem, não há nada melhor do que o aconchego dos seios.


Produto do nosso prazer desde a infância, quando o néctar dos deuses era por nós saboreado, o leite que emana dos seios é sinal de saúde e bem-estar. Consumi-lo é experimentar o paraíso já na terra, além de gozar os magníficos efeitos rejuvenescedores deste alimento. Quem dera eu voltar aos tempos de criança, quando dormia com minha mãe do lado, e ao intercalar de choros lamuriosos, suplicando o alimento divino, eu me entregava a este prazer sem medida.

É comum nós nos referirmos ao planeta Terra como nossa mãe. Até dizemos que ela tem seios. No entanto, se gostamos mesmo de seios, porque destruirmos o seio da mãe Terra? Será uma regressão ao estado selvagem de destruição? Mesmo os selvagens sabem respeitar e proteger a mãe Terra. Hoje, os homens industrializados dominam e machucam o seio da Terra e querem o seio de sua amante. Eles se prostituíram com a técnica e agora não sabem mais parar a matança desenfreada contra seus próprio semelhantes.

Seios são objetos sexuais no mundo hodierno, mas proteger a natureza está fora de cogitação, fora de moda. Isso porque também a natureza foi objetivada. Agora, se não parar para pensar que tanto a natureza como uma mulher com seios fartos e carnudos são vivos e querem seu respeito. Chega de objetificação, é necessário mais humanidade, no sentido que esta palavra é, ou seja, uma grande harmonia de sujeitos livres.

sexta-feira, janeiro 02, 2009

Paz para 2009!

Para começar este ano de 2009, a partir de novas leituras, quero fazer algumas considerações sobre os atuais eventos no oriente médio. Sinto uma tristeza muito grande, pois em pleno novo século é um absurdo os homens ainda persistirem na violência e na guerra para solucionar seus problemas. Milhões de pessoas são mortas em consequência da falta de capacidade racional de líderes fanáticos em travarem um diálogo para resolver seus problemas. Não podemos tolerar esse tipo de comportamento passional.


Os conflitos se arrastam por décadas desde que homens convictos de poder quiseram conquistar o mundo. Esse desejo de conquista é motivado por uma insegurança. Entre se proteger e atacar os outros, é preferível atacar. Mas, deste resultado vem problemas sérios, inclusive a derrota. É complicado lidar com essas situações.


Ambos os lados nesta guerra foram culpados. O Hamas por atirar mísseis em território israelense, e segundo, Israel por agir de maneira violenta, sem considerar os civis que não tem nada haver com o conflito. Sem considerar ninguém, nem mesmo as Nações Unidas, Israel apresenta ao mundo seu poderio de destruição. Convictos de que precisam riscar do mapa os militantes do Hamas, destróem sem dó nem piedade todos os que atravessam seu caminho.


Não podemos esquecer o quanto é complicado para um país mostrar que tem condições de resolver seus próprios conflitos com a violência. Oportunamente, os líderes israelenses deram uma resposta ao ataque, mas por motivos políticos. Muitos sofrem justamente por essa rivalidade sem fim entre os que querem o poder. Para o poder não existem meios e sim fins. Para se chegar ao poder não importa se muita gente irá morrer, o objetivo final é sempre conquistar uma posição.


Depois de anos sendo perseguidos pelos nazistas, os judeus se veem travando uma guerra onde desta vez eles são os carrascos do povo palestino. É muito triste e decepcionante esta situação. Caberia ouvir o que a Filosofia teria como resposta a esse conflito. Pois bem, a Filosofia só pode dizer que houve um cochilo do Espírito, no dizer de Hegel. Onde passa o momento de reconciliação, a violência predomina e os sentimentos desagradáveis surgem.


Este conflito entre palestinos e israelenses só terá fim com a intervenção internacional, com o diálogo e a diplomacia dos políticos. Afinal, quem está com a cabeça quente não consegue parar para pensar, e é isto que vemos, dois governos com a cabeça quente.

Minha Filosofia é

um site de reflexão sobre vários assuntos. Seu objetivo é levantar debates e questionamentos acerca dos acontecimentos contemporâneos. Sugestões e comentários são bem-vindos.


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