quinta-feira, agosto 07, 2008

O insulto que se faz...

Antes de ler este texto, quero muito agradecer por você estar dispensando parte do seu tempo em prol da discussão filosófica. Sei que não sou um dos melhores escritores ou aquele que fundamenta bem a Filosofia, mas tento, na medida do possível, refletir um pouco sobre os problemas que envolvem nossa realidade e convivência diária. Posso afirmar que tudo o quanto fazemos e escrevemos é espelhado na experiência pessoal, porque ainda pouco se faz para imaginar as outras vidas que acontecem simultaneamente a nossa. Nozick, ao defender sua Filosofia do "Estado Mínimo" teve o mínimo de preocupação com as pessoas que, para ele, possuem "vidas separadas". Bebendo da filosofia kantiana, Nozick nos diz que todos somos projetos de vida que não podem ser interrompidas e muito menos violadas em seus direitos.

Mas não tenho a pretensão de lhe falar, caro leitor, de Filosofia Política, Analítica ou qualquer outra. Meu propósito é pensar o insulto. Um bom tema que o filósofo Paulo Ghiraldelli Jr. com certeza tem muito a dizer, uma vez que ele sempre está lidando com pessoas confiantes que foram agredidas "webmente" por palavras ofensivas do "filósofo de São Paulo". Entretanto, são pessoas que não sabem ler nem entender o que se passa durante um debate e não são sinceras o suficiente para reconhecer a própria ignorância. Mas o filósofo Ghiraldelli Jr. já possui uma teoria sobre estas pessoas, a saber, são inimigos que se infiltram na lista para fazer bagunça e impedir o livre desenvolvimento do grupo.

Caro amigo, até agora só me manifestei sobre acontecimentos externos a temática. Procederei então a questão do insulto. Este é uma atitude, um ato da vontade que uma pessoa direciona a outra com o intuito de ofender e ridicularizar, promover uma violência com as palavras, tanto escrita como verbalmente. A pessoa que promove o insulto está numa posição defensiva, pois não tem a seu dispor meios de debater racionalmente com o outro. Então, regride a um estado infantil da personalidade que a faz proceder por instintos. O outro, aquele que recebe o insulto, por sua vez pode ficar calmo ou chocado e também responder com insultos e se reduzir ao mesmo estado psíquico que a pessoa donde partiram as primeiras insinuações.

Tudo isso não é novo. Qualquer um sabe dessas coisas e são manifestações facilmente constatáveis. Eu acredito que o novo seja o momento atual em que vivemos. Um mundo onde a personificação e o narcisismo dominam como Reis sem qualquer contestação. Se ser filósofo é "desbanalizar o banal", vamos desbanalizar o individualismo que já não é mais o mesmo.

As pessoas não querem descer da posição que acham ter, dificilmente entendem alguma coisa, pois quando encaram o objeto (um texto, um filósofo, ou qualquer coisa) estão impregnadas da lógica da dominação (o sujeito impõe ao objeto sua vontade), não existindo qualquer relação dialética que possibilite um duplo conhecimento, tanto do sujeito para com o objeto e vise-versa. Ai surge a arrogância e a prepotência que acabam virando insulto.

Vejo que o problema do insulto é um problema epistemológico porque perpassa o modo como procedemos o conhecimento, e a educação hoje (e ela precisa ser pensada) não dá conta de resolver, pois cria nas pessoas essa atitude de dominação, a lógica das ciências empíricas sobre um conhecimento mais filosófico, amadurecido e fortemente estruturado. Por fim, as pessoas burras saem por ai xingando e insultando todo mundo não porque acham que foram ofendidas mas porque não agem como deveriam agir, já que se dizem filosofas.

Em pequenas pinceladas, esse é meu ponto de vista, que está sujeito a críticas obviamente, mas que também não se esgotou. Tenho certeza que posso trabalhá-lo melhor unindo as críticas e os pontos positivos, não no intuito de se chegar a um consenso, e sim para as melhores perguntas e as possíveis respostas.

Um comentário:

Anônimo disse...

Parabéns! O seu artigo está muito interessante.

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