"A literatura não toca somente os
sentimentos, mais a consciência". W. F. Aguiar
Quando Doris Lessing (1919-atual) recebeu o prêmio Nobel de Literatura, foi justamente pelo compromisso social que suas obras representavam. Não tinha ela a pretensão de escrever estórias para vender ou ser milionária, como muitos outros escritores fazem, mas preocupava-se em mostrar a realidade sombria das guerras e dos horrores contra os menos afortunados. Eram enredos que convidavam o leitor a se entregar em um mundo de reflexões e pensamentos. Um mundo em que as guerras significavam um retrocesso no desejo de emancipação humana.
Muitos escritores modernos e contemporâneos possuem esse mesmo sentimento que impulsionou Lessing em seus escritos. A parte negativa disso é o poder de absorção que a indústria do entretenimento consegue fazer dessas obras, justamente no intuito de fazê-las perderem seu caráter de denuncia. Porém, o material e a forma permanecem como potencialidade de transformação, e apesar dos efeitos psicológicos dos mídias, obras literárias como de Lessing podem despertar a consciência humana para um novo melhor.
2 comentários:
A propósito do que você escreveu, recomendo a leitura de Benoît Denis, autor de Literatura e Engajamento – De Pascal a Sartre (Edusc/Editora da Universidade do Sagrado Coração, Bauru, trad. de Luiz Dabogert Roncari, 331 págs., R$ 34), e também do blog da minha esposa Rachel Nunes, em http://rf-nunes.zip.net/.
É claro que "a arte pela arte" e essa discussão que tenta esterelizar o literário no poço do supostamente belo que por em fuga a discussão dos valores estruturais de nossa sociedade. E essa discussão é imperdoável para os conservadores.
Gostei muito do texto, muito obrigado por me levar a fazer uma boa reflexão :D
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