sexta-feira, setembro 28, 2007

Opinião Pública

"As pessoas influenciam-nos, as vozes
comovem-nos, os livros convencem-nos, os feitos entusiasmam-nos". (John
Henry
Newman)

Desde tempos imemoriais, as pessoas se encontram para conversar e trocar informações sobre a vida alheia. Não se entenda isso como algo negativo; pelo contrário, tais conversas proporcionavam a integração das pessoas e seu contato com o mundo. Na época em que não se tinham os modernos meios de comunicação que agora dispomos, nossos antepassados se sentavam ao redor de uma fogueira e conversavam sobre a vida, o futuro e, principalmente, sobre o presente. Apesar de não estarem livres dos prejulgamentos ou estereótipos, as conversas motivavam uma ação. Essa ação, em um grupo pequeno, como era caracterizada a vizinhança ou vilarejo, significava uma solidariedade. Se alguém soubesse que fulano estava doente, prontamente ia ao seu encontro para oferecer-lhe auxilio. Comunicação é o meio de unir informação e atitude. Com o progresso, passamos a formar opinião pública.


A nossa opinião é formada mediante uma observação, reflexão ou juízo de determinado fato, objeto ou pessoa e, também de outra opinião ou juízo. Antes, porém, de exercermos a aplicabilidade de nosso ponto de vista, passamos todos os itens levantados pelo crivo de nossos critérios. Para julgar algo, usamos critérios estabelecidos seja no ambiente familiar, seja no meio social e cultural onde estamos inseridos. A problemática de nossa opinião não está no discurso que originamos do processo acima, mas na maneira como nossos critérios são formados. Uma pessoa que comete determinado crime, por exemplo: abuso sexual, estará sujeito a inúmeras explicações, de diferentes especialistas, sobre o porquê cometeu horripilante desvio de conduta.


Quando nossa sociedade passou a fragmentar o trabalho, especializando o conhecimento com o intuito de acelerar o processo de desenvolvimento técnico, fragmentou também as forma de sociabilidade e de relacionamento humanas. Psicólogos, filósofos, sociólogos e afins começaram a criar discursos próprios sobre como as pessoas julgavam determinado fato na sociedade. Mas estes são pequenos perante o grande formador de opinião, a saber, os modernos meios de comunicação.


Os fatos, as imagens e toda sua redação se aproximam da realidade, fazendo com que nos sintamos inseridos nos acontecimentos diários. Nossa opinião acaba perpassando o crivo dos fatos que surgem na TV e no jornal. Se um político é denunciado por corrupção, não consideramos o fator “denunciado” ou “acusado” como critério de possibilidade, e sim como sentença confirmada. Réu é aquele, segundo a lógica, culpado do crime até que se prove o contrário. A manipulação dos fatos criou uma nova maneira de julgarmos as pessoas. Julgamo-as segundo suas possíveis atitudes.


Quem goza de um prestigio maior nos meios de comunicação fará de tudo para que sua imagem pessoal não seja abalada por escândalos. Muitos políticos têm nessa máxima seu ponto principal de honestidade. Se as coisas são feitas às escondidas e ninguém fica sabendo, tudo é possível. Quando uma escolha representa uma repercussão pública, tudo deve ser considerado, pois a nova formadora de opiniões, a mídia, não será tolerante quando o que está em jogo são as consciências das pessoas.

quarta-feira, setembro 26, 2007

A noção do BEM

"Procurando o bem dos nossos semelhantes
encontramos o nosso". (Platão)


No tempo de Platão, a atitude das pessoas contava muito quando o assunto era o bem. Geralmente, as pessoas desejam o bem para si mesmas, não pensam que podem estar fazendo algo que, quando estendido a outrem, beneficia a si mesmo. O bem não é patrimônio individual, e sim coletivo. Quando desejamos o bem, ele só pode ser concretizado mediante a igualdade com os outros. Como podemos falar sobre o bem, se existem pessoas que vivem em situação sub-humana?
No mundo moderno, é impresso na consciência uma falsa idéia de bem e de integração social. O bem se torna produto de relações comerciais. O Bem virou sinônimo de satisfação e prazer. Logo, só adquirem essa satisfação aqueles que foram privilegiados pela sorte. Não é culpa do sistema, mas da pessoa que não quis mudar sua situação de miséria. Ora! Como pensar em uma sociedade justa e igualitária se na prática isso não acontece.
Assim, o desejo de bem se perdeu na história. Hoje sua visão de mundo se deturpou através das ações de interesse. Grupos específicos são privilegiados em detrimento ao sofrimento dos outros. Nos encontramos no inverso da afirmação platônica: "não faças o bem para o outro e você encontrará seu bem". É necessário mudar essa postura. Precisamos praticar a reflexão crítica e entender que somos humanidade e não indivíduos se degladiando.

quarta-feira, setembro 12, 2007

De volta às atividades

O homem vulgar espera do exterior as coisas boas e as coisas más; o homem que
pensa espera-as de si mesmo. (Chejov)

Graças ao demorado serviço de Internet, que só agora tenho instalado em minha residência, posso retomar minhas atividades neste blog. Fico feliz, pois agora aqueles que apreciam meus textos podem desfrutar da saborosa sabedoria que os filósofo querem compartilhar com as pessoas.

Na minha estreia, faço duras críticas a opinião pública, que se deixa influenciar pelos meios de comunicação. Muitas noticias que são vinculadas pelos meios de comunicação se esquecem do crivo da verdade, bondade e utilidade. Elas acabam moldando a decisão de muita gente, inclusive dos políticos.

Vejam o caso do Renan: o concelho de ética do senado só votou por sua cassação porque se viu pressionado pelos jornais, e também pelo voto aberto. Expor a imagem de um senador apoiando outro que se encontra mergulhado em denúncias de corrupção não soa bem para futuras eleições.
Por isso, meus caros amigos, só podia ter dado no que deu. Agora, como a votação no plenário é secreta, pode ser que o senador se dê bem. É só esperar pra ver...

Minha Filosofia é

um site de reflexão sobre vários assuntos. Seu objetivo é levantar debates e questionamentos acerca dos acontecimentos contemporâneos. Sugestões e comentários são bem-vindos.


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