domingo, maio 17, 2009

O que a educação no Brasil está fazendo afinal de contas?

No dia 16 de maio, sábado, foi ministrar um curso de duas horas na Universidade Federal de Uberlândia, em um evento promovido pelo pessoal da Psicologia. Chegando ao local destinado, encontrei uma sala com dez pessoas. Era para ser vinte. Montei meu material, que havia preparado em PowerPoint, e bem cuidadoso esperei por alguns minutos, na esperança de que mais pessoas chegassem. Mas não veio ninguém. Então, comecei a falar sobre meu tema, uma reflexão sobre os desafios para a educação na filosofia de Theodor W. Adorno.

Para fazer uma contextualização sobre o filósofo, desenvolvi uma breve exposição sobre a vida e o trabalho de Adorno. Seus estudos iniciais, a fuga para os Estados Unidos e a redação da Dialética do Esclarecimento em parceria com Max Horkheimer. Expliquei sobre os estudos acerca do horóscopo e do ocultismo feitos por Adorno, sobre a indústria cultural e os mecanismos de dominação. Para finalizar, falei do processo de racionalização da cultura ocidental e da barbárie, medo e falta de compaixão que as pessoas desenvolveram ao logo dos anos neste progresso tecnológico.

Tudo isso para introduzir a temática educacional. Mas foi ao longo das exposições sobre educação em Adorno que eu fiquei mais estarrecido, pois descobri que a escola no Brasil não forma os indivíduos. Um bom exemplo disso foram os próprios participantes. Quando falei sobre Adorno, mostrando que os indivíduos contemporâneos perderam a capacidade de compaixão e que a técnica moderna criou mecanismos de morte e eliminação bem planejados e articulados, os alunos não entenderam isso muito bem.

Disse que a educação deve lutar contra a violência e a barbaria para que acontecimentos como Auschwitz não se repetissem mais. Uma das participantes levantou a mão e pergunta quem foi Auschwitz. Meu Deus! Ela nem sabia o que era isso. Mostrei até uma foto do campo de concentração nazista e os prisioneiros empilhados, mesmo assim a ficha da moça não tina caído. E não foi só isso. Ao final, perguntado sobre como a escola poderia educação contra a barbárie, outra pessoa levantou a mão e perguntou: “professor, o que é barbárie?”. Então, fiquei a meditar: um estudante universitário não saber o que é barbárie, só pode ser porque a barbárie ainda persiste em nossa sociedade e está camuflada, escondida sobre outros contextos.

Muitas coisas eu disse sobre a escola, o papel do professor e a luta contra a violência e o terror, o preconceito e a indiferença. Não sei se plantei alguma semente de esclarecimento naquelas participantes, mas espero que pelo menos nossa educação escolha outra forma de trabalhar a formação entre os alunos. Do jeito que está não dá.

quinta-feira, maio 14, 2009

Educação da violência

A televisão se tornou o meio de comunicação mais poderoso do mundo. Todas as pessoas, de alguma maneira, são influenciadas pelos programas ou telejornais. As notícias, as séries e filmes produzem uma sensação de realidade no indivíduo que este fica impotente perante o hipnotismo deste mecanismo. É certo que um instrumento cheio de potencialidades possa ser usado para o bem, mas também pode ser usado para o mau. Educação e televisão são parceiros e inimigos ao mesmo tempo.

Talvez a grande questão deste século seja: como educar para transformar? A transformação que queremos nada mais é do que o homem mudar seus hábitos. Um número quase irrisório da população, mas que se torna expressivo diante da globalização, deseja ardentemente que o homem reconcilie com a natureza. Não destrua as fontes de sobrevivência do próprio homem e de seus semelhantes. Só por meio da Educação podemos conseguir isto, pois, outro remédio não há.

A Educação, segundo pesquisa realizada pelo IBGE não é prioridade entre os brasileiros. Os motivos são vários, mas posso citar o fato de ser ela uma coisa secundária ou mesmo privilégio de poucos. Mas se não temos boa educação, não temos emprego, saúde de qualidade e governadores honestos e trabalhadores. Quando não temos um povo educado, tanto moralmente, culturalmente e/ou intelectualmente, nossa sociedade viverá no caos constante.

Os produtos industrializados, a sujeira e muitas outras formas de agressão ao homem e seu meio ambiente serão utilizados em larga escala por pessoas sem formação ou esclarecimento. Toda a formação humana faz a diferença, uma vez que convida ao diálogo e ao pensamento. Raciocinar é bom, mas a televisão hoje, acaba fazendo este serviço por nós. Em vez de ser meio, os instrumentos de comunicação se tornam o fim e são endeusados através de nossas ilusões.

Melhorar significa investir mais em pesquisa, ensino. Não há como adquirir progresso sem este item prioritário. Por isso, quero manifestar minha repulsa a todas as formas de destruição da educação brasileira e defendo aqui uma maior abertura e valorização dos profissionais da educação. Que eles possam sentir prazer no que fazem e serem reconhecidos pelo esforço de seu trabalho. Agradeça sempre ao seu professor no final da aula, pois se você não pode salvar o mundo, pelo mesmo sua parte é possível ser feita.

domingo, maio 10, 2009

Vírus e Crise Global

Caras leituras e leitores do meu blog

Já faz um bom tempo que não escrevo. Minha vida está abarrotada de afazeres e não encontro tempo para me dedicar as reflexões que faço aqui neste espaço virtual. Quero dizer que não vou abandoná-los, mas tentarei, na medida do possível, escrever sobre algum tema polêmico da contemporaneidade. Assim, como um bom filósofo que sou, ao lado de uma deliciosa taça de vinho, irei conversar com vocês sobre a crise econômica mundial.

Todos nós sabemos o que motivou esta crise. Não convém eu gastar linhas de texto explicando novamente o que todos conhecem graças aos poderosos meios de comunicação. Podemos acompanhar bem de perto todo o movimento que surge durante as oscilações das moedas e a valorização ou perda das ações no mercado de investimentos. O interessante é que neste dias as coisas andam calmas, inclusive o dólar, que fichou a semana cotado a R$ 2,07. Tudo isso me impressiona, mas não sou economista, apenas filósofo.

Li recentemente, em uma edição antiga da Veja, os valores em bilhões e trilhões de dólares gastos para salvar a economia mundial ao logo de outras crises. Muito dinheiro para socorrer bancos. Chego a achar graça isso, para não dizer triste, porque enquanto pessoas morrem de fome e países pobres passam por dificuldades, banqueiros e governantes traçam metas e atitudes emergenciais rápidas para ajudar quem sempre roubou dos pobres para dar aos ricos.

O capitalismo de monopólio e o egoísmo explícito em nossa sociedade é o verdadeiro vírus H1N1. Eles dizimam mais pessoas de fome do que esta nova pandemia mundial. Acredito que os verdadeiros doentes são os controladores do capital. Estes sim deveriam estar sobre quarentena, em observação.

Há um agravante sério nesta situação. Se para o vírus, ainda tentam encontrar uma vacina, para o problema da crise, existe a injeção de dinheiro, muito dinheiro. É preciso uma seringa enorme para salvar as vítimas da morte, ou seja, os bancos, montadoras de veículo, etc. O problema é que a vacina é fabricada com o dinheiro público. É retirado da educação, saúde e saneamento básico.

No meu ponto de vista, não tínhamos que salvar esses corruptos. Pra que? É melhor voltarmos a guardar nosso dinheiro debaixo do colchão. Essa crise financeira só me faz lembrar de que nós não aprendemos com os erros. A vaidade e a luxuria cegam o coração. Erramos porque sempre acreditamos que alguém irá nos socorrer. Fazemos bobagem e depositamos nossa fé em algo desconhecido. Logo, a vida muda e tudo passa. Se o homem não conhece, ele não tem valor. Não é homem porque nega sua natureza e sua essência.

Minha Filosofia é

um site de reflexão sobre vários assuntos. Seu objetivo é levantar debates e questionamentos acerca dos acontecimentos contemporâneos. Sugestões e comentários são bem-vindos.


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