terça-feira, janeiro 29, 2008

Contra um novo atentado ao Saber!

Sócrates foi levado a julgamento pela elite ateniense sob a acusação de corromper a juventude, além de difamar os deuses e pregar falsas crenças. Muitos de seus amigos ainda queriam salvá-lo. Mas como salvar um Filósofo que mostrava a ignorância e tolice dos seus próprios juízes e acusadores? A pena pela heresia cometida era chibatadas ou expulsão da cidade. Sócrates prefere a morte. Se mata porque não pode mais suportar um mundo preconceituoso e mal informado, um mundo que não o merece. Também deseja descobrir "o que é a morte?" Uma pergunta que ele deve ter se feito, pois sua natureza era o "questionar".

Hoje, muitos Sócrates andam se matando (em vários sentidos) por culpa da elite preconceituosa e mal informada que ronda nossas Universidades, Ministérios e Governos. Pessoas questionadoras, militantes, defensoras de causas nobres, que só contribuem para o engrandecimento da nação. Entretanto, não é a meta o crescimento de todos, só da elite (entendam elite como qualquer grupo, não especificamente os ricos, que querem poder). Por que o Brasil deve crescer com gente insignificante?

O questionador incomoda. É preciso que se cale, dizem os poderosos. As pessoas não conseguem se guiar sozinhas, precisam de alguém ou grupo que mostre o caminho correto para elas. Em troca desse favor, é necessário certa idolatria, certos benefícios aos que indicam esse caminho. Quem pensa assim é de uma mediocridade grotesca. Não posso compactuar com gente metida a sabichão. As pessoas precisam se guiar por si mesmas, pela Razão. Onde está a Razão? O que fizeram com a Razão? Ah! Já sei! A industrializaram.

Você quer ter uma razão só sua, pois bem, venha comprar sua razão aqui na feira, ela custa baratinho. Leve duas, pague uma. Nossa! Veja no que se transformou a Razão, em produto de luxo. A Razão não está em mim, está fora de mim, preciso colocá-la para dentro. Os Sócrates do mundo querem te ajudar a encontrar sua razão. Ela não está no mercado, está em você.

Todo os Sócrates incomodam, fazem barulho, não deixam ninguém dormir. As guerras não deixam ninguém dormir. A violência e a perda não deixam a gente dormir. Onde está seu Sócrates agora? Foi passear ou está dormindo?

quinta-feira, janeiro 24, 2008

Em defesa da "Filosofia"


"A Resolução nº 4, de 16 de agosto de 2006, do Conselho Nacional
de Educação (CNE), determina a obrigatoriedade do ensino de filosofia e
sociologia para o ensino médio. A resolução também estabelece que os sistemas de
ensino terão até agosto deste ano para fixar as medidas necessárias para a
inclusão das disciplinas no currículo". (Fonte:
Portal MEC)


A Filosofia e a Sociologia se tornaram disciplinas obrigatórias no ensino médio. Uma luta que a comunidade filosófica ganhou. Sabemos que o ensino dessas disciplinas haviam sido retirado da grade curricular no tempo da ditadura. Seu retorno se faz necessário para formação de cidadãos críticos e participativos. O que temos para oferecer como conteúdo filosófico é muito mais que história. É a oportunidade que os jovens terão para expressarem seu ponto de vista sobre assuntos como política, saúde, vida familiar e diversos outros tópicos que gravitam em torno do saber filosófico.

O medo que todos têm é se o curso de Filosofia complicará outras disciplinas. De maneira nenhuma. Inclusive, serve muito bem como complemento para instigar a curiosidade, a vontade de aprender e conhecer muitas outras coisas. Quem se integrar aos temas filosófico verá que são de natureza reflexiva. A reflexão é muito importante em outras disciplinas, como por exemplo, a Física. Muitos não conseguem aprender Física porque simplesmente não conseguem pensar o problema proposto. Ficam perdendo horas decorando fórmulas que só podem ser usadas a partir de um contexto problemático, mediante a interpretação do enunciado.

A Física, a Matemática, a Biologia e tantas outras matérias seriam bem mais fáceis de aprender quando se usa o pensamento reflexivo. A principal tarefa da Filosofia é suscitar esse pensamento. Levar os jovens a gostar de questionar, adquirir o espírito socrático e aprender descobrindo o novo. O caráter investigativo da Filosofia deve proporcionar ao jovem uma visão que ele até então nunca percebera, pois nesse mundo em que a era da tecnologia e da informática imperam sobre nossa autonomia, os jovens já não pensam, já não gastam energia com coisas que eles sabem que vão encontrar prontas na Internet.

Estou astiando a bandeira em prol da Filosofia, mas de uma Filosofia do pensar, do refletir e de questionar. Uma Filosofia que forme pessoas críticas e honestas, com opinião própria. Não podemos apoiar jamais o sucateamento dessa disciplina e o seu desprezo, assim como fazem com outras matérias de humanidade. Não podemos deixar que seja mais um item no currículo. A Filosofia precisa fazer a diferença, e com certeza vai, graças ao apoio que muitos tem dado a matéria. Juntos podemos dar uma cara nova ao conhecimento filosófico. Unindo Saber e Vivência, Prática e Compromisso, Técnica e Democratização do conhecimento.

sexta-feira, janeiro 18, 2008

Uma ou "Duas Caras"!


Parece que a lógica noveleira sempre vai ser assim. Quando uma novela estreia, seu índice de audiência é o pior possível. Quando todos os personagens se encontram e cativam o público, o sucesso aumenta. No final da série, há uma vitória incontestável de pontos no ibope televisivo. Assim, a tacada perfeita, o glamur e a reviravolta de "Duas Caras" só acontece quando o público mergulha e se identifica com os personagens, e claro, com o enredo da trama.

A novela "Duas Caras" da Rede Globo começou com o ingrediente indispensável em qualquer narrativa trágica. Uma linda e indefesa menina que é enganada por um pobre mas experto homem que rouba sua fortuna. A ele não interessava viver junto com a vítima e sim dar a volta por cima, pisar naqueles que a seu ver são responsáveis pela vida sofrida de milhões de pobres favelados. Os ricos!

Uma oportunidade que o personagem Ferraço não descartou foi explorar a ingenuidade de pessoas apaixonadas. Soube até lidar com os ciumentos de plantão como Claudius. Seu golpe foi um sucesso e resultou na etiqueta de vilão da trama. Agora, munida do sentimento de vingança, a personagem Maria Paula, que teve um filho do vilão, ardilosamente prepara um plano para destruí-lo, e claro, usara seu filho para tanto. Aos poucos, essa narrativa vai se enchendo de temperos excitantes que uma boa telenovela das oito precisa para fazer sucesso e fazer jus ao investimento empreendido.

O que me chama atenção, porém, é o fato deturpador que a novela insere na consciência dos telespectadores. Não tenho dúvidas de que todo sucesso deve vir acompanhado de uma certa barbárie mental. Manipulação e identificação significam o melhor meio de atrair o público desatento. De modo que, ao jogar com estereótipos, a novela cria um ambiente de enigma que conquista as pessoas, sem falar na forma como procura estabelecer uma identificação dos personagens com o público. As pessoas se esquecem que tudo isso é ficção e tendem a gostar do que, realmente, é uma forma de destruição inconsciênte.

O autor, brilhantemente, consegue sugerir temas típicos, banais e que passam desapercebido das pessoas no dia-a-dia para revesti-los de astúcia e preconceito. Um exemplo disso é o personagem Rudolf Stenzel interpretado pelo ator Diego Almeida. Rudolf se considera porta-voz das minorias desfavorecidas e excluídas. Se proclama um ativista contra a burguesia e o racismo. Mas confunde sua luta revolucionária com pretensões sofistas. Não se entrega a análise do ambiente e julga precipitadamente todos ao seu redor. Cria armadilhas e passa uma imagem de baderneiro, como se todos que militam por uma causa, não importa onde seja, também o são.

Ao criar tal personagem, o autor desvia a atenção do público para um lado perigoso, não condizente com a realidade. Mostra que racismo e preconceito não existem, são situações superadas no país, e que as pessoas de opinião favorável a existência ainda do preconceito são alienadas e ardilosas como Rudolf. Esse personagem vira o estereótipo da luta contra o racismo. Todos os jogos do autor manipulam a opinião publica e gera protesto.

A Globo é ciente de que suas novelas não são a melhor indicação de cultura. Na verdade, novela hoje é produto, entretenimento, não acrescenta nada para ninguém, a não ser prazer. Servem como exemplo, para serem criticadas. No meu ponto de vista, novela significa diversão e diversão não possui ligações com o conhecimento. Para dar boa aparência a seus propósitos fascistas, as novelas cria situações de conscientização, como drogas e alcool, todavia, ao lado de propaganda consumista. Em suma, não dão a menor importância ao que os outros pensam. Novelas são como Pilatos, lavam as mãos e mandam crucificar a liberdade.

segunda-feira, janeiro 14, 2008

Crítica ideológica e realidade

Se vocês lerem o post abaixo deste veram que teci críticas ao Big Brother Brasil 8 que começou. Podem me julgar ainda um atrasado em pedir auxilio a teorias críticas, ou que sou um partidário dos marxistas, neomarxistas e de igrejinhas intelectuais que se formam pelas universidades afora e depois ficam criticando tudo que é meio dizendo ser o fim da civilização. Não tenho essa pretensão de ser famoso, se é que exista gente achando isso do meu caso. Pelo contrário, sou livre, posso escrever minhas críticas como quiser e para quem quiser, mesmo que para isso eu utilize daquilo que aprendi na Universidade. Sou filósofo, minha profissão é escrever, comentar, dizer o que acho.


No Brasil, pouca gente sabe para que serve um filósofo. Diriam os doutos que a utilidade de um filósofo é dar aulas na Universidade e fazendo pesquisas. Nada mais. Para falar sobre assuntos do cotidiano nacional, basta apenas outros caras, filósofo não serve. Só serve médicos, advogados, engenheiros e pais de santo. O lugar do filósofo não é especulando a vida alheia ou falando de política, pois, na sinceridade, não ninguém entende o que eles falam. O espaço na mídia é pouco para sujeitos assim.


Li em uma entrevista na revista Discutindo Filosofia... o fato da procura pelo curso de Filosofia ter aumentado devido a seu retorno como disciplina obrigatória no ensino médio. É claro que isso não é o principal carro-chefe da procura, mas um sinal de que o curso não é um dos mais populares aqui no país. No caso, a oferta de emprego estimulou a procura maior, entretanto sempre houve quem optasse pelo curso, mesmo em menor quantidade. Mas na Universidade se ensina uma coisa e a vida real outra.


Aprendi com colegas que nos Estados Unidos filósofo tem que servir para alguma coisa. Eles devem dar sua opinião sobre qualquer coisa, pois se não o fazem, rapidinho são tidos como débeis, inúteis, burros. Como no Brasil não há o fato de que filósofos opinem em alguma coisa, quanto menos disserem sobre algo, melhor. Taí a incoerencia da nossa Universidade. Ensinar a falar menos e produzir mais artigos. Assim, os filósofo deveriam ficar enfornados na Universidade pesquisando sobre os vultos do passado, tentando encontrar algum problema interessante. Ora, só mesmo com a ajuda de algum médium.


Apesar da minha formação ainda não estar completa (no sentido que a academia deseja), me considero alguém que fala. Podem me acusar de ser preconceituoso ou coisas do genero, ou que eu entro em contradição. Continuarei indo e voltado, tentando melhorar para não causar escândalos. Só não quero servir de mau exemplo. Sou filósofo e não oportunista.

Começa a barbárie esclarecida, começa o BBB8


Tenho lido inúmeras opiniões sobre o reality show mais conhecido de todos os tempos: o BBB8. O que me choca nessas opiniões é o apoio explícito a uma modalidade de entretenimento prejudicial a qualquer consciência esclarecida. Um programa de televisão que alegoricamente retrata a situação social e intelectual do mundo hoje, inclusive de pessoas que se dizem promotoras da formação cultural.

Sem dúvidas, o programa faz sucesso em todas as camadas. Desde os mais pobres até os ricos excêntricos. É fascinante ver o comportamento de pessoas enclausuradas numa casa com câmeras em todos os ambientes. O corpo, o linguajar, as atitudes, os gestos, tudo não escapa às lentes sempre ligadas do aparelho, que transmitem aos lares brasileiros e mundiais, cenas que eles mesmos estão acostumados a presenciar no dia-a-dia. Há apenas uma diferença. Os que estão dentro da casa não se vêem a si mesmos, apenas os que estão de fora. Estes últimos são convocados a dar seu parecer na eliminação de um candidato. A maioria julga pelo comportamento que acham ser um péssimo exemplo. Mas se estes, no lugar de julgar, estivessem dentro da casa? Não fariam a mesma coisa?

O problema do BBB é o fato de representar a subjugação da razão humana. O aparelho faz o intermédio desse julgamento, logo ilustra que estamos sobre a lógica do domínio. As pessoas se identificam com o programa. Observam todos os seus desejos representados em um personagem, em um herói. Optam por aquele que mais expresse seus ínfimos sonhos, e o apóiam até o fim. A televisão e esses tipos de programa fazem essa revelação nua e crua, e as pessoas gostam de ver. Gostam de presenciar seu próprio sofrimento, sua própria decadência. É fenômeno do sadomasoquismo social.

Os programas de reality show como o Big Brother Brasil mostram que nossa sociedade não se livrou dos fantasmas da penúria, porque sempre cultivamos a esperança de que as coisas um dia podem melhorar, que um grande prêmio chegará e resolverá todos os problemas. Mas a rotina humana de domínio ainda continua. O trabalho alienado persevera em todos os âmbitos. Esses tipos de programas servem apenas para nos manter afastados de um real esclarecimento, de uma real reflexão. Ao chegar em casa depois de uma enfadonha rotina de trabalho, a única coisa que se espera é recompor as energias para o próximo dia. Além de fazer isso, os programas de entretenimento colocam ao indivíduo o fato de que ele deve se acostumar a essa situação. Não existem saídas. Ou você se coloca sob o domínio, ou se isola socialmente.

Os participantes do BBB8 são o protótipo desse isolamento. Por isso, pagam um preço muito alto: a própria autonomia e liberdade. Com programas assim, não há espaço para o diferente, muito menos para mostrar que podemos ser livres e autônimos, sem nos submetermos a qualquer forma de domínio.

quarta-feira, janeiro 09, 2008

Promessa de Felicidade

Segundo Bachelard, “para sermos felizes, precisamos pensar na felicidade do
outro”. Será mesmo?



O que é a felicidade senão o desejo de muitos. Para tudo se tem um objetivo, e o objetivo principal é ser feliz. Contudo, duvidosa é a própria palavra “felicidade” que não nos explica seu verdadeiro e real sentido. E podemos nos perguntar se somos felizes hoje ou se poderemos ser felizes algum dia. O termo em si possui muitas implicações que até o presente momento são alvo de meras especulações. Ele também é constantemente aprisionado em ideologias, servindo como pretexto a atos bárbaros. Tento fugir disso procurando mostrar uma reflexão simples para o significado que a palavra “felicidade” merece em nossas vidas.

O grande filósofo grego Aristóteles só poderia enxergar felicidade como fim último dos homens, pois a sociedade em que outrora vivia necessitara de urgentes reformas políticas, que garantissem o bem-estar de todos. Esse fim último dos homens poderia ser alcançado com o cultivo da virtude. A virtude era o único meio de se chegar à felicidade. Ela seria a justa medida entre os valores morais e os prazeres supérfluos. De Aristóteles até a modernidade, felicidade significara uma conquista universal, uma conquista para todos.

Com os filósofos existencialistas, felicidade passou a ser sinônimo de individualidade, ou seja, uma busca pessoal e não comunitária. Ela estava implicitamente ligada ao desejo de liberdade. Logo, felicidade e liberdade caminhavam juntas. O próprio filósofo francês Jean-Paul Sartre atribuía ao Outro um empecilho a minha felicidade. “O inferno são os outros”. Uma felicidade comunitária era impossível de se conquistar, apenas alcançaríamos a felicidade própria.

Assim, descordavam os filósofos entre si sobre o termo felicidade. Isso mostra o quanto é difícil darmos uma definição precisa do termo. Será a felicidade uma busca pessoal ou comunitária? Essa era a grande questão. O fato é que muitos prometem felicidade sem saber o que realmente ela representa na vida de cada um de nós. A religião é uma dessas promessas. Ela promete uma felicidade eterna que só será atingida no final da caminhada terrena. Em outras palavras, a salvação é a felicidade esperada.

Quanto à promessa que a religião faz sobre a felicidade, não me preocupo tanto, uma vez que fora substituída por outra. Minha preocupação é com a promessa de felicidade, que substituiu a da religião, que o mundo de hoje prega de maneira bem camuflada. Uma promessa efêmera que só diz respeito aos bem-sucedidos economicamente. Uma felicidade individualista que prega a fé no progresso técnico como alavanca dos dias melhores. O termo felicidade, tanto individualmente como coletivamente se misturam, não se sabe mais quem é quem. As vitrines das lojas oferecem inúmeras bugigangas com a promessa de felicidade. As campanhas políticas oferecem também a promessa de felicidade para todos. No final das contas, vivemos uma crise em todos os sentidos, e essa dita promessa feita pelas ideologias se afasta cada vez mais da realidade em que o mundo está mergulhado.

Quem se diz feliz hoje, ou é por si mesmo ou porque ainda enxerga uma ponta de esperança, uma luz no fim do túnel. Ainda duvido das respostas afirmativas sobre a felicidade. Quando tomaremos consciência de que o caminho que se vem traçando hoje não condiz com a realidade? Quando a humanidade vai rever seus projetos? Segundo Bachelard, “para sermos felizes, precisamos pensar na felicidade do outro”. Será mesmo?
Publicado no Jornal "Correio de Uberlândia", 9-1-2008, p. A2

domingo, janeiro 06, 2008

O problema da panfletagem


Quem não se incomoda, durante as eleições, com a enorme sujeira feita pelos candidatos nas ruas da cidade. São toneladas de papel jogados em vias públicas que causam transtorno e mal-estar aos cidadãos. Também, quem não se incomoda com os panfletos de propaganda que são distribuídos nos vários centros econômicos das grandes cidades. Pegar esses panfletos sem utilidade e depois jogá-los no chão é o grande problema das metrópoles hoje.

Preocupado com isso, principalmente em minha cidade Uberlândia, desenvolvi um trabalho de campo para encontrar uma resposta a tal problema. Fiz alguns questionários e sai a procura de informação. Fiquei surpreso com o fato de que as pessoas são menos conscientes da responsabilidade com a limpeza pública do que os próprios órgãos municipais. Antes, não havia lixeiras no centro da cidade, onde as pessoas pudessem se livras do lixo indesejável. Agora que foram instaladas, parece que ninguém da bola para as mesmas. Muitos continuam jogando lixo nas ruas.

O problema dos panfletos é comum em uma sociedade de consumo. Na esperança de se conseguir mais compradores, muitas lojas investem em propaganda. A lógica do capitalismo prega tal atitude de concorrência. Quem paga por isso, claro, não são as empresas, mas o meio ambiente, vitimado pelo elevado número de sujeira. Essa mesma sujeira entope boeiros e causa inundações, mata pessoas e resulta em estragos. A conta realmente é paga por nós.

Durante as entrevistas, a maioria disse que os responsáveis pela sujeira no centro da cidade, com certeza, eram os pedestres que não jogavam o lixo nas lixeiras. Os que entregam panfletos nas calçadas também possuem a mesma opinião, uma vez que são obrigados, por lei, a só entregarem seus panfletos mediante consentimento do transeunte. Além disso, deve vir especificado no papel uma nota orientando o leitor a não jogar papeis em vias públicas. Em suma, orientações existem, só não existe bom censo.

O resultado da minha pesquisa foi a necessidade de criarmos políticas de intervenção severa para com as pessoas. Multas ou apreensões. Entretanto, apoio iniciativas como campanhas de conscientização para com as pessoas, sugerindo apresentações artísticas que suscitassem no público uma melhor visão das coisas. Procuro assim garantir que a reflexão penetre e faça frutificar novos cidadãos, responsáveis pelo meio-ambiente em que vivem. Acredito que estaremos construindo uma cidade melhor quando todos participam.

sexta-feira, janeiro 04, 2008

Sobre os impostos


O cinismo do governo é grande. Não para de sugar e apertar aonde for possível para arranjar dinheiro. Conseguir dinheiro é a meta do governo em 2008 para compensar o rombo de 40 biliões de reais. Além dos cortes, aumento de impostos. Isso mesmo, meu caro leitor, aumento de impostos. São taxas e mais taxas para serem reajustadas e, com certeza, repassadas ao consumidor, como eu e você.

Até concordo em subir o imposto do lucro liquido dos bancos, mas ao mesmo tempo tinha que se proibir repassar esse aumento aos correntistas que já pagam taxas exorbitantes. Os bancos lucram muito. O foco é a competição. Quem tem o maior lucro tem o melhor prestigio. Uma corrida onde os únicos vencedores são as sociedades anônimas (BANCO S/A). Por isso que os políticos e muitos outros são corruptos, porque querem mais. A lógica do mercado é essa, ou seja, temos que ter mais, sermos escravos do lucro para conquistar não sei o que...

O medo da miséria ainda percorre as pessoas. A preocupação de que um dia não se tenha mais nada assombra os poderosos. O poder e a fortuna controlam as relações. Tudo está reduzido a interesses que nós mesmos construímos. Jesus Cristo denunciava o abuso da lei. Dizia que ela foi feita para o homem e não o homem para as leis. Também afirmava que as leis tinham que ser vivas no coração das pessoas. Hoje, os grandes servem as leis do lucro e dos juros. Passaram a obedecer algo que eles próprios criaram. Acham que tem o controle disso, mas na verdade são dominados pela própria lógica que dizem dominar.

Silêncio...

quarta-feira, janeiro 02, 2008

Lula e o otimismo prático


O presidente Lula parece, mas está, não preocupado com o fim da CPMF e a perda de 40 biliões em impostos para seus projetos sociais. Segundo sua assessoria, não haverá cortes nos programas sociais e no PAC (Programa de aceleração do crescimento). O governo fará apenas ajustes no orçamento e contenção de despesas. O discurso de Lula se volta para um otimismo prático, para a promessa de um 2008 melhor em todos os sentidos, tanto econômico como social.


Nosso amado presidente é um dos poucos que se preocupa em manter os programa sociais a todo vapor, pois essa iniciativa é a marca de sua política. Com o apoio de bolsas sociais, muitos pobres deixaram a situação de miséria para uma outra mais ou menos cômoda. O pior é que se elogia tais conquistas. O Brasil atingiu o nível de desenvolvimento que o colocou entre as nações com alto índice de IDH, mas na última posição. Assim, existe muita coisa para concertar neste país.


Para amenizar o fim da CPMF, o governo irá investir em fiscalização contra a sonegação. Vai promover um controle rígido nas movimentações financeiras de pessoas físicas e jurídicas. Pretende acabar com o desvio de dinheiro e a corrupção. Claro que tudo isso é importante, entretanto existem outras dificuldades. Se o governo não melhorar a infra-estrutura do país e cortar os gastos públicos não obterá bons resultados. Primeiro se arruma a casa, depois se faz as reformas.


Se Lula continuar com boas relações internacionais e ao mesmo tempo se preocupar mais com as reformas essenciais para o país, com certeza teremos um 2008 melhor. Mas é preciso ver essa melhora na prática e não no papel. O otimismo teórico pouco representa para a nação. Precisamos ver um otimismo prático, uma verdadeira revolução na situação de desigualdade. É essa praticidade que nosso presidente e seus auxiliares necessitam adquirir.

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um site de reflexão sobre vários assuntos. Seu objetivo é levantar debates e questionamentos acerca dos acontecimentos contemporâneos. Sugestões e comentários são bem-vindos.


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